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Universidade Estadual do Norte do Paraná | UENP

Projeto de música leva acolhimento e bem-estar a hospital de Bandeirantes

Sexta, 07 Junho 2019 14:36 por Assessoria de Comunicação Social
Em momento de descontração, senhora faz gestos com as mãos semelhantes aos das cantoras, deixando-se embalar pela canção Em momento de descontração, senhora faz gestos com as mãos semelhantes aos das cantoras, deixando-se embalar pela canção

O projeto de extensão de Música do curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) é realizado todas as sextas-feiras na Santa Casa de Misericórdia de Bandeirantes. Estudantes da graduação levam canções populares, religiosas e motivacionais para pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), das enfermarias e também para os profissionais das equipes de saúde, momento de alento, acolhimento e bem-estar a todos.

Alguns pacientes, debilitados, não esboçam reação. Outros, mais animados, sorriem, interagem, conversam com as estudantes. Uma senhora faz gestos com as mãos semelhantes aos das cantoras, deixando-se embalar pela canção. Um paciente, com deficiência visual, agradeceu por diversas vezes ao grupo pelas músicas, pensando que ainda cantavam especialmente para ele. O ambiente, quieto e monótono, ganha som e mais vida.

Primeiro, passam pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, em cada um dos dez leitos do setor. Cumprimentam o paciente e, educadamente, pedem autorização para se apresentar. Tocam a canção com um sorriso no rosto e se despedem com um sincero voto de “melhoras”. Mesmo os pacientes inconscientes recebem o singelo presente musical.

“Mesmo quem não está consciente ainda consegue ouvir o que está a seu redor. A audição será a última coisa que o paciente irá perder, e por isso, seu subconsciente armazena esta música, ainda que não se recorde dela ao acordar”, conta uma das coordenadoras do projeto, professora Camila Dalcol.

Na semana seguinte, visitam o setor das enfermarias, com casos de menor gravidade. Uma música por quarto é o programado nesses dias. Em alguns casos, há palmas e vozes do público que decide acompanhar a canção, transformando o espaço do hospital, marcado muitas vezes pela dor e pela tristeza, ao menos momentaneamente, em lugar de celebração da vida com sorriso no rosto e certa ludicidade.

A vida reage à música, relata a professora Camila. “Pesquisas mostram que a musicoterapia é capaz de alterar positivamente os sinais vitais de um paciente em tratamento intensivo. Os sentimentos de muitos pacientes afloram diante da música. Muitos estão sozinhos e entediados, guardando diversos pensamentos dentro de si. Alguns chegam a chorar”, conta.

Uma das cantoras do projeto, a graduada em Enfermagem, Isabella de Freitas Vieira Santos, está há seis anos se apresentando junto ao grupo. “Para mim é extremamente gratificante saber que estamos cantando para alguém que está carente de acolhimento. Estar internado em um hospital pode ser uma experiência de solidão, de perder a noção das horas. Por isso, as pessoas ficam muito gratas com a nossa apresentação. Uma simples música já é capaz de fazer o paciente feliz”, relata Isabella, que reafirma: “enquanto puder, continuarei cantando”.

Mensagens de fé, amor e esperança são transmitidas pelas músicas, divididas em “gospel” para canções religiosas e “secular” para músicas que não tratam de fé, mas levam mensagens de motivação. As apresentações são ensaiadas toda semana e apresentadas por estudantes selecionadas em uma audição. Talentosa, a equipe faz várias vozes e apresenta grande entrosamento entre cordas e vocal.

A enfermeira Gabriela Farina trabalha na UTI da Santa Casa de Bandeirantes há cerca de 5 anos e afirma que a visita da Musicoterapia é sempre um dos momentos mais aguardados. “Nós vemos benefícios à recuperação dos pacientes, especialmente, dos idosos. É um setor fechado, com uma rotina maçante. Estes momentos de alegria fazem a diferença tanto para os pacientes como para a nossa equipe, que se anima a trabalhar melhor. Muitos dos pacientes se sentem bem acolhidos. A maioria gosta bastante”, conclui.

O grupo de musicistas, que se apresenta voz, violão, ukelele e cajón é formado pelas estudantes do curso de Enfermagem Bárbara Diniz Ricardo, Angela Maria Patrício, Sarah Giovana Giolo Fernandes Dias, Rafaela Oliveira Santos, Paola Obreli Bersi, Iris Caroline Fabian, pelo aluno Marco Antônio Queiroz Dell’Acqua, além da graduada Isabella de Freitas. O projeto, que acontece há sete anos, possui como coordenadora a professora Ana Cândida, que se encontra afastada para o doutorado, e como coordenadoras substitutas as professoras Thaísa Mariela Nascimento de Oliveira e Camila Dalcól.

Última modificação: Quarta, 19 Junho 2019 16:44

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