O equipamento está sendo desenvolvido por meio de uma parceria multidisciplinar com profissionais de diversos especialidades da Engenharia, Sistema de Informações, Fisioterapia e Enfermagem. Projeto do professor Dario de Almeida Jané, engenheiro mecânico docente da UNIFIO, a equipe é composta também pelos professores Antônio Carlos Ancelloti, da UNIFEI; Juliano Coimbra e André Giovanni Castaldin (UNIFIO e DIRECT3D); e Julio Agante Fernandes (UENP e UNIFIO) e Wellington Contiero da UENP.
Ainda em protótipo, todos os componentes do ventilador estão sendo criados nos laboratórios da UNIFIO por impressoras 3D. “O equipamento está baseado num funcionamento por diferença de pressão. Internamente, temos algumas válvulas, mecanismos que, por diferença dessa pressão, alternam as fases tanto de inspiração como de expiração”, comenta o professor Dario sobre o funcionamento do ventilador mecânico. Em fase de montagem e testes, o equipamento passará posteriormente por mais avaliações para iniciar a validação clínica, documentação para encaminhamento à ANVISA para reconhecimento.
O professor do curso de Fisioterapia da UENP, Wellington Contiero, explica que, além do baixo custo, o diferencial do aparelho que está sendo criado aos que já existem é o controle de alternância entre a fase inspiratória e expiratória, além da inclusão de sensores de fluxo e pressão. O desenvolvimento do ventilador mecânico partiu de estudos do professor Dario baseados em um modelo de Ventilador da marca Takaoka, conhecido como “cebolinha” entre os profissionais de saúde.
“Com base nesse aparelho, a equipe está incorporando soluções inéditas que permitiram ventilar pacientes muito semelhante ou até mesmo igual ao ventiladores microprocessados. Estudamos profundamente o Sistema Cardiorrespiratório, Neurológico e Renal, Fisiopatologia destas áreas, exames laboratoriais e de imagem, semiologia e muita mecânica ventilatória. Isso nos norteia a entender o processo da doença, o que ela causa e como colaborar para a remissão da insuficiência respiratória, contribuindo diretamente com a possível cura da doença”, acentua o professor Wellington.
O professor Julio Agante Fernandes, docente do curso de Fisioterapia da UENP, ressalta que o projeto é open source (aberto à comunidade empresarial) e não necessitará, após aprovação, de pagamento de royallites pelo projeto. Cada unidade do aparelho poderá ser produzido por cerca de 3 mil reais.
“O que queremos é atender a população, essa demanda emergencial com um equipamento com os mesmos parâmetros legais dos ventiladores em uso nos hospitais. A intenção dessa equipe é criar uma via alternativa e a baixo custo para a produção desses aparelhos, uma vez que ventiladores mecânicos que contemplem os parâmetros já citados, em modelos mais simples, custam em torno de 70 mil reais”, disse o professor.