A região alcançou 1954 casos de Covid-19 (taxa de 358 casos por 100 mil habitantes). Agora, são 77 mortes, oito a mais que na última semana, e 30 cidades da região com óbitos registrados, duas a mais que semana passada: Jacarezinho e Santo Antônio da Platina. A maior taxa continua em Guapirama com 1311 casos de Covid-19 por 100 mil habitantes.
Estudos realizados por docentes do colegiado de Geografia da UENP alertam para a entrada de Jataizinho no grupo das cidades com taxas superiores a 600 casos de Covid-19 por 100 mil habitantes. Agora esse grupo registra, além de Guapirama, Conselheiro Mairinck (taxa de 935), Jundiaí do Sul (taxa de 787), Abatiá (taxa de 696) e Jataizinho (taxa de 665). Cornélio Procópio possuiu taxa aproximada. Na cidade, são 599 casos de Covid-19 por 100.000 habitantes até esta quinta-feira, 16.
O responsável pelo levantamento de dados na região, professor-doutor Pedro Henrique Carnevalli Fernandes, assevera que não há estabilidade ou controle da pandemia na região. “Se observamos a evolução dos números no Norte Pioneiro, percebemos isso com bastante evidência. Em 18 de junho, quando a pandemia completou 100 dias e, naquele momento, alertávamos para a escalada da doença na região, a região tinha 746 casos. Menos de um mês depois, em 16 de julho, dia 128 de pandemia, o Norte Pioneiro atingiu 1954 casos de Covid-19. Ou seja, foram 746 casos nos 100 primeiros dias e, depois, 1208 casos em apenas 28 dias”, acentua.
O professor comenta ser evidente que o comportamento da doença em cada município apresenta singularidades, mas alerta que, de modo geral, a região ainda enfrenta uma disseminação sem controle da doença. “Quando olhamos o número de 77 mortes em taxas, constatamos que a 18ª Regional de Saúde de Cornélio Procópio lidera dentre as 22 regionais de saúde do Paraná, com taxa de 18 óbitos por 100 mil habitantes – a média estadual é de 11 óbitos por 100 mil. A 19ª Regional de Saúde de Jacarezinho, tem média de nove óbitos por 100 mil. Os números revelam a necessidade de a população observar com maior responsabilidade as regras de distanciamento social e etiqueta respiratória para que evitemos novos casos e mortes pela doença”, ressalta o professor.
Cuidados necessários
A enfermeira Maria José Quina Galdino, professora-doutora do curso de Enfermagem da UENP, pontua que o recorde de casos na nossa região reflete o cenário nacional, que registra mais de 2 milhões de casos confirmados. A professora alerta para o afrouxamento dos cuidados pessoais durantes os últimos dias, o que tem levado a escalada da doença na região.
“Infelizmente as pessoas têm minimizado o potencial devastador da Covid-19 e esse aumento de casos se deve principalmente ao relaxamento das medidas de distanciamento social e de etiqueta respiratória. Enquanto não dispormos de vacina eficaz precisamos reduzir os danos e proteger nossos familiares, evitando o contágio da Covid-19”, acentua Maria Galdino.
A professora reitera a necessidade de se atentar para medidas simples para se evitar o contágio como higienizar com frequência as mãos com água e sabão ou álcool 70%; manter distância mínima de 1,5 metros das pessoas que não moram na mesma casa; evitar abraços, beijos e apertos de mãos; utilizar máscara de tecido durante todo o período que estiver fora de casa, trocando-a sempre que estiver úmida ou a cada duas horas.
“O principal. Caso apresente sintomas da doença, fique em casa e procure atendimento na Unidade de Saúde mais próxima. Não há prazo para a vida voltar como era antes, mas precisamos nos adaptar a essa realidade para usufruir com saúde a vida que temos atualmente com as pessoas que amamos”, finaliza a professora.