Segundo o autor, a pintura é recente, com cerca de três anos. O título, com letras maiúsculas distribuídas de forma intencional, faz referência a quitutes, uma memória de “casa de avó”.
“Dá uma noção de saborear, de imaginar, vivenciar a cultura negra. Faz referências ao passado e ao presente. Afinal, o que somos hoje é fruto de nosso passado e de nossa ancestralidade. É olhando para trás que podemos pensar: ‘para onde eu quero ir com tudo isso?’”, reflete.
O quadro retrata cinco mulheres e formas coloridas transparentes que interagem com suas faces e corpos. “A ideia dos planos múltiplos é uma de minhas características. É reconhecer que os planos podem existir em conjunto sem se sobressair. São como as pessoas. Cada uma tem seus planos, e eles podem conviver em harmonia”, afirma.
Relações próximas
Segundo o diretor de Cultura da PROEC, James Rios, a doação da obra foi inesperada. “Estávamos nos reunindo para começar a discutir um projeto e o CACosta decide nos presentear com esta obra. Foi uma grata surpresa”, comenta. O artista já fez doações de pinturas a outras instituições de ensino superior.
O contato com artistas, segundo Rios, está inserido no relacionamento próximo que a Universidade cultiva com as manifestações culturais na região. “Este é o reconhecimento de um trabalho que a UENP tem feito em relação às artes visuais. No futuro, devemos implementar um projeto de expansão artística que contempla todos os municípios abrangidos pela Universidade. Ele pode até contar com apoio da Lei Rouanet”, conta.
O artista
Clóvis Afonso Costa, CACosta, tem 61 anos e é natural do Rio de Janeiro. Atualmente, o artista reside na cidade de Ourinhos e é considerado um dos maiores expoentes contemporâneos das artes visuais negras a nível nacional. CACosta teve duas obras expostas na 2ª Mostra de Arte Afro-Brasileira da UENP, em 2016.