O Vestibular dos Povos Indígenas envolve todas as sete universidades estaduais do estado, além da UFPR. Segundo a professora Mônica Kaseker, integrante da Comissão Interinstitucional para Acompanhamento dos Estudantes Indígenas, o concurso foi descentralizado após consulta pública aos representantes das comunidades feita por solicitação de lideranças indígenas.
“Nos últimos anos, o vestibular indígena foi realizado em Faxinal do Céu, na Vila da COPEL. No ano passado, a Vila recebeu entre candidatos e a equipe de organização mais de 900 pessoas atingindo seu limite máximo de leitos. Este ano, o número total de envolvidos pode ultrapassar as 1.100 pessoas nas projeções da Cuia Estadual, o que seria inviável de hospedar em Faxinal do Céu”, explica.
A SETI (Superintendência de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) oferecerá transporte para que os candidatos se desloquem das terras indígenas para os locais de aplicação de provas, além de refeições e alojamento.
Inclusão
Em 2018, o Governo do Estado alcançou a marca de 230 indígenas matriculados nas sete universidades estaduais do Paraná. Os alunos, pertencentes a cinco etnias diferentes - Kaingang, Guarani, Xetá, Fulni-ô e Terena - estão distribuídos em 28 cursos de graduação. No Brasil, são 55 mil indígenas matriculados em ensino superior, e já 18 com título de Doutorado.
CUIA
A SETI delegou competência às Universidades para que, em conjunto, organizem o Vestibular Específico Interinstitucional dos Povos Indígenas, ou Vestibular dos Povos Indígenas no Paraná. Para isso, a SETI emitiu a Resolução Conjunta nº 001/2001 com a composição de uma Comissão Interinstitucional para Acompanhamento dos Estudantes Indígenas, hoje a Resolução 026/2008.
O léxico “CUIA”, além de abreviar o nome da Comissão Universidade para os Índios, recebeu o acréscimo da letra “A” para designar um utensílio importante na cultura indígena.
Quanto às atribuições dessa Comissão, a SETI publicou a Resolução 006/2007, ressaltando que compete à CUIA, entre outras atribuições, desenvolver uma cultura acolhedora e que valoriza a herança cultural e os saberes dos primeiros habitantes brasileiros, através de ações como o acompanhamento pedagógico dos estudantes, ao mesmo tempo que busca sensibilizar e envolver toda a comunidade acadêmica acerca da questão indígena, assim como estimula o diálogo, a integração e as parcerias interinstitucionais visando o mesmo fim.
A Universidade extrapola seus muros ao alcançar comunidades indígenas em seus projetos de pesquisa e extensão, assim como, especificamente através do CUIA, ligado à Pró-reitoria de Graduação (PROGRAD), forma profissionais qualificados capazes de atuar tanto nas aldeias e junto aos povos indígenas quanto em outros contextos.
Para a professora Mônica Kaseker, "O vestibular indígena é de suma importância para a garantia do ingresso dos povos indígenas na universidade pública, gratuita e de qualidade. É também uma forma de trazer para a universidade a riqueza da diversidade cultural e formas diferentes de ver o mundo e de construir conhecimento”.
Serviço
XIX Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná
Realização: 17 e 18 de novembro
Inscrições: 29.07 a 30.08
Mais informações:
Prof. Wagner Roberto do Amaral (Serviço Social) – (43) 9.9644.0024
Estudantes:
Alexandro Silva (Guarani) - Ciências Sociais: (43)9.9869.0835
Uerique (Guarani) - Educação Física: (43)9.9821.4749
Yago Queiróz (Kaingang) – Jornalismo: (43)9.9994.7813