Na quarta-feira, dia 22, a peça será apresentada no Auditório PDE do Campus de Jacarezinho, a partir das 20h. No dia 23 de novembro, será no Campus Luiz Meneghel, em Bandeirantes, às 17h30, no Auditório Thomaz Nicoletti. Já o Campus de Cornélio Procópio recebe o evento na sexta-feira, 1º de dezembro, às 20h, no Auditório PDE. O espetáculo é gratuito e aberto a toda comunidade acadêmica.
Batizada pela autora de “perfomopalestra”, a peça aborda os mais diferentes tipos de violências sofridas pelas mulheres, desde a violência simbólica, enraizada na cultura e no cotidiano da sociedade – e que busca anular e objetificar a mulher - até a violência psicológica, a física, a doméstica e o feminicídio. “A atividade apresenta o desafio da UENP para assumir ações comprometidas com a eliminação de todas as formas de violência contra as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas, uma das metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 – Igualdade de Gênero”, destacou a pró-reitora de Graduação da UENP, Juliana Telles Faria Suzuki.
Segundo Marina, a sociedade é muito permissiva com a violência contra a mulher, um problema cultural que ela procura apontar no espetáculo. “A última ponta é o feminicídio, quando não há mais o que fazer, mas o feminicídio existe porque existe uma coisa anterior, a violência simbólica. A gente precisa combater o feminicídio? Sim, porque é uma epidemia, é uma das principais causas de mortes de mulheres no Brasil. Mas não adianta combater a ponta do iceberg se a sociedade continua reproduzindo todo um discurso que dá base para o feminicídio”, frisa.
O monólogo traz figurino e elementos que estão conectados com livros, peças, pesquisas acadêmicas, relatos de mulheres e experiências pessoais. “Eu falo do lugar que conheço, o de pesquisadora, mulher branca, estudada, privilegiada, mas que nem por isso deixa de ser alvo”, avisa Marina, destacando que a peça também tem como matéria-prima a violência que ela mesma sofreu.
A atriz tem como objetivo mostrar que uma violência nunca é individual, ela é social. “Às vezes a gente acha que a nossa história é única e a nossa história é social sempre. Então se eu fui estuprada, isso não é algo único, meu, particular, isso faz parte de uma cultura, chamada cultura do estupro”, lamenta. De cada 10 mulheres entrevistadas para sua pesquisa acadêmica, recorda Marina, nove foram violentadas. A atriz observa que para construir a peça usa muitos dados porque eles são alarmantes, mas ainda sim maquiados, uma vez que nem toda violência é denunciada.
A sua intenção é que as mulheres aprendam a reconhecer, se proteger e entender o quanto a violência está enraizada dentro de cada um. “Às vezes a gente nem sabe que está sofrendo violência, não sabe o que está acontecendo porque está tudo naturalizado”. Apesar dessa intenção, Marina também tem como foco os homens. Para ela é muito importante que eles vejam e entendam o quanto reproduzem a violência, o discurso violento, o machismo, mesmo quando acreditam que não são machistas. “Teve homem que assistiu à peça e entendeu o quanto a violência contra a mulher está entranhada e perpassa as relações. Existe um campo de permissividade e isso pode acontecer dentro da própria casa, da própria família”.
Me chame pelo meu nome
Perfomopalestra de Marina Stuchi
22 de novembro (quarta-feira): Campus de Jacarezinho – Auditório PDE; às 20h.
23 de novembro (quinta-feira): Campus Luiz Meneghel, em Bandeirantes, às 17h30.
1º de dezembro (sexta-feira): Campus de Cornélio Procópio, às 20h
Entrada gratuita
Classificação indicativa: livre