A proposta, que tem financiamento do Departamento de Ciência e Tecnologia, da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde, do Ministério da Saúde (Decit/SECTICS/MS), e do CNPq, foi contemplada com valor aproximado de R$ 360.000,00 e tem como objetivo promover o aperfeiçoamento do sistema de saúde, o planejamento de políticas públicas voltadas às diversas formas de violência vivenciadas pelas mulheres com deficiência que vivem na área rural.
A iniciativa é coordenada pela docente pesquisadora Marta Cocco da Costa, da Universidade Federal de Santa Maria – Campus Palmeira das Missões. “A proposta é interdisciplinar, interinstitucional e internacional e busca analisar situações de vulnerabilidade e violência vivenciadas por mulheres com deficiência em diferentes contextos rurais do Brasil, visando à implementação de tecnologias educativas para instrumentalização de gestores e profissionais que atuam no contexto rural e a sensibilização da população rural quanto ao tema”, explica Marta.
Segundo a professora Emiliana, a UENP participa do projeto por meio do Grupo de Estudos em Ensino, Saúde e Trabalho. “A UFSM conta com o Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ruralidade e a nossa Universidade, por sua vez, está inserida numa região rural. Eles propuseram a nossa participação levando dados da nossa região. A participação da UENP se deu por meio dos objetivos em comum. Nós vamos, então, coletar dados com relação ao objeto do estudo, que são entrevistas com mulheres com deficiência em situação de vulnerabilidade e violência no contexto de ruralidade”, conta.
O projeto, que tem abrangência nacional e também internacional, será desenvolvido nas cinco regiões do Brasil e em Portugal. “No projeto, nós ficamos responsáveis pela análise dos dados na produção dos mapas, porque um dos objetivos é a produção de mapas de violência e vulnerabilidade das mulheres com deficiência em regiões rurais que mostrem a localização e as características de todas as regiões estudadas”, completa Emiliana.
Para Alessandro, participar do projeto como pesquisador da UENP é muito importante e gratificante. “Para o nosso curso, é algo realmente maravilhoso, pois conseguiremos incluir os nossos alunos numa interação com alunos de outras regiões, com outras realidades, tanto de universidades nacionais quanto de internacionais que são parceiras neste estudo. Será uma experiência muito importante”, comenta.
“A violência contra a mulher já é um tema de destaque, mas, quando nos voltamos às mulheres do campo, percebemos certa invisibilidade tanto em políticas públicas quanto em desenvolvimento de pesquisas. Trabalhar neste projeto é irrecusável porque vamos poder contribuir para o mapeamento da violência contra a mulher no campo a nível nacional. Nossa participação se relaciona diretamente com as questões metodológicas do projeto, que é a parte espacial”, finaliza.
Além da UENP e da UFSM, também participam do projeto a Universidade Federal do Rio Grande do Sul; a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca – ENSP/FIOCRUZ; a Universidade Federal de Mato Grosso; o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano; a Universidade Federal de Sergipe; Universidade Federal Rural da Amazônia; e a Universidade Nova de Lisboa, em Portugal.
