No documento, acentua-se que o Conselho manifesta, de maneira veemente, "posição contrária ao pacote do Governo do Estado do Paraná, que afeta sobremaneira os serviços públicos, as Universidades, os docentes, funcionários e alunos da UENP, bem como a forma que o mesmo foi encaminhado e conduzido na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP)". No documento, assevera-se ainda que o Consuni "também manifesta apoio de forma unânime e irrestrita ao movimento grevista, em defesa de uma Universidade Pública, autônoma e democrática".
No início da reunião, a reitora Fátima Padoan comunicou os problemas de ordem financeira que a UENP deverá enfrentar por conta da suspensão do custeio da Universidade, medida anunciada, na última semana, pelo secretário de Estado da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, que deverá atingir também as outras seis Instituições de Ensino Superior do Estado. "Com a falta de repasse financeiro, nós (UENP) vamos fechar. Não temos como funcionar", pontuou a reitora, lembrando que a universidade utiliza os recursos para o pagamento de terceirizados e estagiários, dentre outras necessidades essências. Durante a fala, a reitora tratou também de outras questões que estão envolvidas no conjunto de medidas do Governo Estadual e sobre reuniões realizadas junto à Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público (Apiesp), que se posiciona em defesa dos servidores e da autonomia universitária.
Durante a reunião, o professor Márcio Luiz Carreri, membro do Comando de Greve na UENP, apresentou, dentre outros assuntos, um cronograma da greve dos professores que teve início em 5 de fevereiro. No pronunciamento, Carreri discutiu um ofício que havia sido enviado à reitora Fátima Padoan. Do documento, assinado pelo diretor vice-presidente do Sindiprol/Aduel, Nilson Maganin Filho, foram destacadas três proposições aprovadas por unanimidade pelo Consuni. "Que não tramite nenhuma proposta de Autonomia Universitária que não seja resultado do amplo debate pelos segmentos que compõem a comunidade universitária; e Que a administração da Universidade não faça nenhuma ação de repressão ou retaliação contra as mobilizações". O terceiro item da pauta era a manifestação por meio de uma moção de apoio.
Foram distribuídos, na reunião, adesivos com o slogan "UENP educa na luta" e dois boletins da greve que trouxeram esclarecimentos sobre razões de os docentes da UENP estarem em greve.
Confira o documento na íntegra.
O Conselho Universitário da Universidade Estadual do Norte do Paraná – CONSUNI/UENP - realizou reunião extraordinária no dia 19 de fevereiro de 2015, que discutiu a seguinte pauta:
1) Informes e Deliberações sobre as medidas do Governo Estadual;
2) Informes do Comando de Greve da UENP.
O Comando de Greve da UENP encaminhou ofício ao CONSELHO UNIVERSITÁRIO solicitou:
1) Que não tramite proposta de Autonomia Universitária que não seja resultado do amplo debate pelos segmentos que compõem a comunidade universitária;
2) que o Conselho Universitário aprove uma moção de apoio à greve;
3) que a administração da Universidade não faça nenhuma ação de repressão ou retaliação contras as mobilizações;
O Conselho Universitário acatou as solicitações, em sua totalidade, e registrou a seguinte:
Moção de apoio à greve na UENP
O Conselho Universitário da UENP, reunido extraordinariamente nesta data, tomou conhecimento do movimento de greve dos professores e servidores públicos do Paraná, dos encaminhamentos do SINDIPROL e de nossos docentes para formação do comando de greve na UENP e manifesta, de forma peremptória, posição contrária ao pacote do governo do Estado do Paraná, que afeta sobremaneira os serviços públicos, as Universidades, os docentes, funcionários e alunos da UENP, bem como a forma com que o mesmo foi encaminhado e conduzido na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP). Assim sendo, também manifesta apoio de forma unânime e irrestrita ao movimento grevista, em defesa de uma Universidade Pública, autônoma e democrática.