O evento teve como mediadora a professora Maria Cristina Cavaleiro, do curso de Pedagogia do Campus de Cornélio Procópio, e contou com a presença da professora Andréia Militão (UEMS/ANFOPE – MS). Ao debater o tema “Desdobramentos da Resolução CNE/CPn.2/2019 para o trabalho docente”, Andréia realçou os constantes ataques do Conselho Nacional de Educação (CNE) sobre os cursos de Pedagogia, os quais evidenciam as ofensivas das proposições neoliberais e as disputas entre projetos antagônicos no campo da formação de professoras e professores.
Em sua exposição, a professora destacou que a normativa 02/2019 do CNE, alinhada com essas ofensivas, pactua com uma formação permeada pela lógica tecnicista de uma rápida formação inicial de caráter exclusivamente prático, técnico-instrumental, a ser complementada no campo de trabalho pela formação continuada. “Volta-se à adaptação dos sujeitos aos ditames do mundo capitalista, sem preocupações com a crítica ou com a reflexão sobre os motivos de determinada realidade. Assim, os desafios para o campo da formação de professores se intensificam na mesma proporção que o desmonte das políticas públicas de formação, levado a efeito pelo CNE e pelo Ministério da Educação (MEC), também se aprofunda”, ressaltou.
Para a resistência a essas propostas educacionais esvaziadas de reflexões e criticidade, a professora enfatizou a importância da mobilização e participação de professores e estudantes nos diversos fóruns e associações das universidades e da sociedade civil organizada. “Para compreendermos as proposições que estão em jogo e pensarmos estratégias coletivas de resistência aos desmontes propostos pelo atual governo, também é importante buscar informações sobre os documentos, acompanhar as publicações disponibilizadas pelas associações de estudantes, professores e participar dos debates coletivos. Vivemos momentos de grandes desafios, de luta para enfrentar uma escalada brutal de retirada de direitos em todos os campos”, argumentou a professora.
Andréia relembrou em sua fala o educador Paulo Freire, sempre defensor ferrenho da educação como um direito social inalienável e cujo centenário será comemorado neste ano, reforçando a ideia que não podemos perder a esperança. “Temos que “esperançar”, ler muito e afirmar coletivamente a educação verdadeiramente pública, democrática e de qualidade para todos”, disse.
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