A Mostra teve início no dia 11, com a cerimônia de abertura, na qual o público pôde conferir a apresentação musical de Vanessa Machado e Willians Alexandre. Em seguida, acompanharam a mesa redonda “Intersecções entre raça e trabalho: afro-empreendedorismo e ações afirmativas”, que discutiu a situação da população negra, sobretudo na região norte do Paraná, quais os espaços que ocupam no âmbito das instituições da região e quais as estratégias a comunidade negra e as demais instituições têm buscado para gerar oportunidade de emprego, logo, para gerar economia, numa sociedade estruturalmente racista.
A mesa redonda foi mediada pela professora Rosiney Vale (UENP) e composta pela professora Suelen Matos (UFPR), pelo professor Alexsandro Eleotério (UNESPAR) e pela gestora de recursos humanos da Generall Mills, Mariane Dias. Clique AQUI e assista a íntegra da abertura.
Na sexta-feira, dia 12, a Mostra exibiu a terceira edição do Sarau da Negritude, com as apresentações culturais selecionadas pelo Edital de fomento lançado pela UENP. Participaram da ação os artistas: Carlos Kalado, Cesarião, Cris Campos Sereia, Companhia da Terra, Heriveuto Souza, Jo Sabbag, Laisla Martins, Larissa S. Souza, Mc Kueyo e Tons Afro. O sarau teve a apresentação do artista jacarezinhense, Porffirio.
Já no dia 17, uma mesa-redonda levantou o debate a toda a comunidade: a escritora Sandra Maria Job (UFPA); o artista plástico Clóvis Affonso Costa (CACosta); o performer Pedro Casteleira (PC); e o ator e diretor de teatro, Heriveuto Souza, de Ribeirão Claro, discutiram as questões relacionadas à produção artística negra e as suas respectivas relações com o mercado de trabalho.
Compondo a programação, no dia 19, aconteceu a primeira edição da Alvorada dos Ojás, em Jacarezinho. Realizada na praça São Benedito – espaço construído pela população negra no final do século XIX – o ato reuniu representações religiosas de matriz africana, a saber, do candomblé e da umbanda; além de representantes de grupos sociais negros da cidade e da região. Cerca de 50 pessoas participaram da Alvorada.
Durante o evento, Mãe Rosa de Ogum, Ialorixá Gláucia de Oxóssi, Mãe Karmem de Xangô, Roxibomi (José Abrão), Ebomi Érica de Xangô e Juliano de N’Lemba deixaram uma mensagem de conclamação à paz e o respeito à diversidade. Na ocasião, os religiosos enlaçaram a mais antiga árvore da praça, em sinal de agradecimento e respeito à natureza – ente fundamental para o culto das religiões de matriz africana.
A organização da Mostra realizou uma homenagem à ialorixá Néia de Oyá – falecida neste ano. A religiosa, que contribuiu significativamente com as pautas afro-brasileiras junto à UENP, teve papel de destaque na região Norte do Paraná como representação do movimento negro. Com isso, a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura entregou uma menção honrosa póstuma à sua irmã Erika Pereira de Souza.
Entre os dias 14 e 30, foram exibidos nove episódios da minissérie documental intitulada “A cor do trabalho: Norte do Paraná”, que apresentou as experiências de vida de personagens negras e negros desta região. A partir do dia 22 de novembro a Mostra exibiu a Exposição Virtual de artes visuais com obras de artistas da região e do Brasil, selecionados através do Edital de Fomento lançado pela UENP em parceria com as Prefeituras Municipais participantes do evento.
No dia 28 de novembro, a cidade de Cornélio Procópio recebeu uma das atividades presenciais da VII Mostra de Arte e Cultura Afro-brasileira. Organizado pela UENP, Prefeitura Municipal, Coletivo Ubuntu e UTFR, o evento contou com a presença do prefeito Amin José Hannouche, e representantes da UENP, da UTFPR, do Grupo de Capoeira Makulelê; e do Ilé Asè Igba Oyá Omoforimbalé.
A ação contou com a inauguração do painel em homenagem à Ialorixá Ednea de Oyá, produzido pelo coletivo Capstyle, de Londrina, e pelos artistas Marlon, Fabinho e Takei, de Cornélio Procópio. Na ocasião, a Ebomi Érica de Xangô recebeu um quadro contendo a identidade visual da Mostra Afro, que traz Mãe Neia como referência. Realizado na quadra poliesportiva da Vila América, o evento contou com a apresentação do grupo de capoeira Angoleiros do Interior, de Paraguaçu Paulista.
A VII Mostra de Arte e Cultura Afro-brasileira foi uma realização da UENP, do Instituto Federal do Paraná (IFPR), Campus Jacarezinho; da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), Campus de Cornélio Procópio; do Centro Universitário Unifio; e das prefeituras municipais de Andirá, Bandeirantes, Cornélio Procópio, Jacarezinho, Joaquim Távora, Nova Fátima, Santa Amélia, Santo Antônio da Platina, Santa Mariana, Ribeirão Claro e Ourinhos.
Além dos patrocínios das empresas General Mills e Açaí da Barra, o evento contou com o apoio dos NEABI’s da UENP e do IFPR, do DCE, da Defensoria Pública do Estado do Paraná, da ANEPRO, do Coletivo Ubuntu, da UTFPR, da CNX Produções, da Escola de Samba Acadêmicos Capiau e do Grupo de Capoeira Angoleiros.
Durante o período da Mostra, a companhia de alimentos General Mills, com plantas nas cidades de Cambará e Paranavaí, disponibilizou um banco de currículos para contratação de pessoas negras interessadas em trabalhar na multinacional.
O Diretor de Cultura da UENP, professor James Rios externaliza seus agradecimentos a todos os parceiros que tornaram o evento possível. “Quero muito agradecer a presença do público que nos brindou com a sua presença e a todos os parceiros institucionais que contribuíram significativamente para que este evento alcançasse seu êxito. Portanto, minha gratidão aos patrocinadores, universidades, prefeituras conveniadas, coletivos e organizações culturais por viabilizarem o fomento à arte e à cultura em nossa região. Temos certeza que foi a maior festa da cultura afro-brasileira da região Norte do Paraná. Que venham os próximos. Axé.”
Ao todo, mais de 7 mil pessoas prestigiaram o evento nas plataformas digitais e nas atividades presenciais. Todo o conteúdo da Mostra está disponível no site do evento, além do canal do YouTube da UENP, na página do Facebook da Diretoria de Cultura e na página do Instagram da PROEC.
