Weslem conta que, como atividade da disciplina Computação e Sociedade, teve de procurar exemplos de tecnologias que estavam auxiliando à população. “Abordei o tema da impressão 3D”, recorda. “Tive uma visão bem ampla do equipamento, acabei gostando, e fui pesquisar se seria possível construir uma. Esse conhecimento anterior que eu tinha na área de serralheria e eletrônica ajudou muito na construção da impressora. Primeiro escolhi o modelo e pesquisei os tipos de estrutura, acabei escolhendo, pelo preço e mobilidade, utilizar o ferro. Daí, apliquei o conhecimento de eletrônica e o que aprendi na faculdade sobre programação e conclui a impressora”, explicou.
Weslen conta que começou a se interessar por eletrônica com cinco anos ao desmontar e montar equipamentos que possuía em casa. Ele partilha que observava um tio que trabalhava com computação e, ao ver o trabalho dele, via-se fazendo também um dia. Já os conhecimentos em serralheria vieram depois, aos 16 anos, quando começou a trabalhar na área. “Ao juntar os dois conhecimentos, obtive uma experiência muito grande. Antes da impressora, também já havia construído um computador e um fliperama”, relatou.
A impressora 3D foi utilizada, de maneira voluntária, durante a pandemia da Covid-19 para a produção de máscaras faciais, as quais foram distribuídas a profissionais da saúde que atuaram na linha de frente no enfrentamento ao vírus. Naquela época, Weslem assistiu a reportagens sobre a utilização de impressoras 3D para a confecção de máscaras e pesquisou sobre iniciativas do tipo no Paraná.
“Descobri que o professor André Luis Menolli, através da AITEC, estava produzindo máscaras 3D. Eu passei a auxiliá-los de minha casa. Produzia e levava as máscaras para a Universidade semanalmente. Conseguia produzir de 35 a 40 máscaras por semana. Foi extremamente gratificante poder contribuir com a Universidade e com a sociedade nesse momento difícil. Gostei muito da experiência, pois também consegui ter uma noção de produção em alta escala”, relata Weslem.
Desde então, o acadêmico já realizou atualizações na impressora. “Fui aperfeiçoando a impressora com as tecnologias que saíram depois. No momento, estou indo para o terceiro upgrade. Com a construção e aprimoramento da impressora, gastei cerca de R$2 mil ao todo”, conta.
Para o coordenador do projeto, professor Carlos Eduardo Ribeiro, a criação da impressora serviu como um pontapé para a idealização de novos projetos dentro da área de hardware, os quais já estão sendo organizados. “Agora, uma nova impressora está sendo construída, exclusivamente por ele, para a Universidade, com uma base de impressão maior”, comenta. “Estamos muito felizes em poder contribuir para esses avanços dentro de nossa Universidade”, pontuou.