O programa JAA oferece a jovens de 14 a 18 anos formação para desenvolver criatividade e habilidades práticas para ser aplicadas em suas propriedades, profissões e no desenvolvimento pessoal, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que no Paraná têm parceria com a Secretaria de Estado da Educação.
O programa tem por objetivo informar aos jovens rurais sobre suas oportunidades no campo, qualificando-os profissionalmente e despertando uma visão empresarial e capacidade empreendedora. Cerca de 11 mil jovens do do Paraná fazem parte do programa hoje.
A pesquisa de Lidiane Braga usou as redes sociais para se comunicar com 565 destes jovens agricultores. Através de contatos pelo Facebook, a pesquisadora aplicou questionários e realizou diálogos mais livres, onde descobriu diversas informações relevantes sobre o cotidiano, as aspirações, temores e objetivos destes alunos.
Dentre as conclusões da pesquisa, Lidiane constatou que mais mulheres estão ingressando no programa, antes quase exclusivamente masculino, e que elas possuem um índice de reprovação menor que o dos homens. Concluiu também que maioria dos jovens (cerca de 70%) continua os estudos após o término do programa.
Além disso, os questionários também mostraram que os jovens têm grande aprendizado sobre ética, cidadania, empreendedorismo e valores humanos. Outra descoberta foi a de que a precariedade do acesso à internet em algumas localidades rurais limita a realização de cursos a distância (EAD), dentre outras análises.
Para o orientador de Lidiane, professor-doutor Marcelo Alves da Silva, esta dissertação se destaca pelo olhar voltado à educação. “O trabalho foca em jovens que ainda não ingressaram profissionalmente nas ciências agrárias. O JAA prepara os aprendizes para compreender sua atividade como uma profissão, em que o indivíduo se enxerga tendo um papel efetivo na sociedade”, afirma. “É um trabalho completamente alinhado com a nossa área de concentração de Agropecuária Sustentável”, complementa.
A agora mestre Lidiane Braga afirma que quer trilhar carreira docente. Diz que irá continuar voltada à área da educação em agropecuária para jovens, abrindo portas para novas pesquisas. “As pesquisas na área técnica são fundamentais para a produtividade agrária. Entretanto, não podemos nos esquecer que sem profissionais altamente capacitados para lidar com as tecnologias, o resultado de todos estes esforços será menor. Este projeto busca criar uma ponte entre a educação e a prática no campo desde a juventude”, relata.
O projeto da pesquisadora, que ingressou no programa de mestrado em 2017, tem um olhar voltado à educação no campo e foi concebido graças à experiência que Lidiane vivencia no Senar-PR, onde trabalha como instrutora. A acadêmica se formou pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O projeto teve como banca avaliadora o orientador Marcelo Alves da Silva, o professor-doutor Rogério Barbosa Macedo, do Centro de Ciências Agrárias da UENP e a professora-doutora Claudia Yumi Matsubara Rodrigues Ferreira, do Centro Universitário Unifio, que aprovaram o projeto.