“As estudantes espanholas trazem consigo um rigor na atuação profissional que é impressionante. Estão no último ano da faculdade, mas já podem ser consideradas praticamente enfermeiras. Elas se destacam na dedicação à profissão e aos pacientes, do início ao fim das consultas e até mesmo no registro dos prontuários”, relata o diretor da Clínica de Enfermagem da UENP, professor-doutor Ricardo Castanho.
“A Enfermagem na Espanha se baseia em uma teoria diferente da Enfermagem brasileira, por isso eu acredito que as meninas trazem uma grande contribuição também aos nossos estudantes. Por outro lado, os enfermeiros no Brasil possuem autonomia para realizar mais procedimentos do que os colegas espanhóis. Por isso, eu acredito que Ainhoa e Idoia também levam a nossa contribuição de volta para casa”, acrescenta.
“Eu sempre tive vontade de ir para a América Latina e conhecer a realidade da saúde no continente. Por isso escolhi o Brasil. Comparada às outras cidades que eu poderia escolher, a região de Bandeirantes era a que oferecia mais segurança, por isso, decidi vir para cá. Eu estou bastante satisfeita com o que encontrei aqui e estou aprendendo muito. Fui muito bem recebida por todos os colegas, professores e tenho um ótimo contato com os pacientes. Como na Espanha não existem clínicas de Enfermagem, eu estou tendo novas experiências”, descreve a estudante Ainhoa Cabrerizo, de 21 anos.
“Desde o primeiro dia fomos muito bem acolhidas por professor Ricardo, os demais colegas do curso de Enfermagem e também pela equipe da Clínica, por isso, nossas expectativas têm sido atendidas. Como a nossa profissão na Espanha é mais limitada do que aqui, acredito que ao voltar para lá, nosso conhecimento será frutífero. Lá nós não podemos fazer prescrições ou interpretar eletrocardiogramas, por exemplo. São procedimentos que estamos estudando e aprendendo aqui”, narra a acadêmica de Enfermagem da Universidade Pública de Navarra, Idoia Donazar, de 20 anos.
Durante a tarde de quinta-feira, 5 de setembro, as estudantes espanholas realizaram a consulta de enfermagem do senhor Luiz Carlos de Oliveira, de 60 anos sob a supervisão do professor Ricardo Castanho. Ele, que tem o pé parcialmente amputado em decorrências de complicações do Diabetes, faz acompanhamentos com o professor Castanho há cerca de 13 anos. “Sempre sou muito bem tratado por todo mundo que me atende aqui. Não tenho medo, sei que todas as estudantes são muito bem capacitadas”, afirma.
“Estamos muito felizes em tê-las aqui e é a primeira vez que recebemos alunas de Enfermagem para esta experiência. Durante meses nos reunimos com os professores do curso para planejar este intercâmbio de forma que as alunas se sentissem bem aqui e pudessem trabalhar conosco desenvolvendo atividades importantes. As estudantes espanholas ainda terão a oportunidade de compartilhar com nossos alunos experiências sobre como é a universidade de origem, como é a educação superior na Espanha, em um intercâmbio frutífero junto a nossos alunos”, finaliza a Coordenadora de Relações Internacionais da UENP, professora-doutora Eliane Segati Rios Registro.
Ainhoa e Idoia vieram ao Brasil mediante o convênio que a UENP possui com a Universidad Pública de Navarra. Elas foram contempladas com bolsas do Projeto Erasmus Mundus, que custeia intercâmbios de alunos dos países signatários, e puderam escolher a qual universidade viriam para realizar um período de 05 (cinco) meses de mobilidade acadêmica voltada para atividades práticas.