Núcleo de Equoterapia da UENP completa nove anos de atuação

Sexta, 26 Julho 2024 10:25 por Editor da Comunicação Social
A equoterapia utiliza cavalos com finalidade terapêutica e atende pacientes com necessidades especiais A equoterapia utiliza cavalos com finalidade terapêutica e atende pacientes com necessidades especiais

O Núcleo de Equoterapia “Dr. Raul Hidetoci Mioshi”, da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), completa nove anos de atuação em 2024. O projeto, que partiu de um sonho do doutor Raul, em conjunto com os professores do curso de Medicina Veterinária da UENP, Francisco Armando de Azevedo Souza e Thales Ricardo Rigo Barreiros, atende 105 praticantes semanais, atualmente, no Campus Luiz Meneghel, em Bandeirantes.

O pequeno Joaquim Manzini Rocha, de seis anos, é uma das crianças assistidas pelo projeto. Ele teve uma lesão neurológica grave em decorrência de um atropelamento. Após 19 dias internado, recebeu alta e iniciou na Equoterapia. De acordo com a mãe dele, Carolina Manzini, o menino saiu do hospital com muita dificuldade para caminhar, com perda de equilíbrio e de força significativos, tanto pela lesão quanto pelo tempo de internamento. “A equoterapia tem sido fundamental nesse processo de recuperação. Além de ajudar com o equilíbrio, com a força, com a coordenação motora, também auxilia muito na socialização, para que possa voltar a ter uma rotina. Aqui, ele teve uma evolução muito grande desde que começou”, relata.

A coordenadora do projeto, professora Thaís Helena Constantino Patelli, explica que a equoterapia utiliza cavalos com finalidade terapêutica e atende pacientes com necessidades especiais. A marcha do cavalo é semelhante à marcha humana, promovendo um movimento tridimensional, com movimento de cima para baixo, para direita, para esquerda, para frente e para trás, simultaneamente, o que auxilia no desenvolvimento de cada praticante.

“Na equoterapia, o cavalo é o ponto chave. Dentro de uma abordagem multidisciplinar, nas áreas de educação, saúde e equitação, buscamos o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com alguma necessidade especial ou com alguma deficiência física ou mental”, conta Thaís. A equipe multidisciplinar é composta por fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos e médicos veterinários.

“Os principais benefícios, principalmente na área motora, é o fortalecimento muscular, o equilíbrio e o ajuste postural. Através do movimento do cavalo, são transmitidos impulsos que passam pela medula espinhal levando até o sistema nervoso central que tem como resposta o movimento. É esse movimento que ajuda muito a criança”, disse a fisioterapeuta do projeto, Suellen Tanaka.

Suellen explica que durante a sessão com o paciente, trabalha-se o fortalecimento, o equilíbrio, a coordenação motora, o alongamento, para a melhoria do dia a dia, para que eles progridam cada vez mais em suas atividades diárias. “As crianças chegam com bastantes dificuldades e, a cada sessão, vão evoluindo, e nós vamos alcançando os objetivos, o que é muito gratificante e emocionante”, finaliza Suellen.

“Quem vê como o Joaquim está hoje, subindo no cavalo, conversando com o pessoal, reclamando, não imagina como ele chegou. Está totalmente diferente. Eu agradeço imensamente todo o pessoal que trabalha aqui na equoterapia, por eles terem ajudado a devolver meu filho pra mim. Por ele ter a oportunidade de correr, brincar, estar com força, com vida, do jeito que era antes do acidente”, frisa Carolina.

Outra criança que frequenta a Equoterapia da UENP é o Lucca Barussi Carvalho, de seis anos. Segundo a mãe, Patrícia Barussi, a recomendação do tratamento veio através da escola. “Para o Lucca, tem sido excelente. Ele era bem quieto, nervoso e, hoje, está bem melhor. Conversa, brinca, corre, está mais tranquilo em sala de aula, aprende mais. O desenvolvimento dele também melhorou muito, adora a equoterapia. Os profissionais do projeto são muito atenciosos, são excelentes e cuidam tanto da criança quanto da família”, relata.

O trabalho do Núcleo de Equoterapia da UENP é realizado em parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Bandeirantes, com a Prefeitura de Bandeirantes, com a Associação Anjo Azul e com o Instituto Morro dos Anjos. “São essas parcerias que nos permitem trabalhar com uma equipe técnica treinada, para que nossos praticantes tenham o melhor atendimento. Somos muito gratos a todos os parceiros e colaboradores”, destaca Thaís.

“Quero agradecer à nossa comunidade, a todos que confiam no trabalho desenvolvido aqui, às famílias que confiam os seus filhos a nós, ao projeto. Que possamos, a cada ano, aumentar a nossa capacidade de atendimento e trazer melhorias para os nossos praticantes e suas famílias”, frisou Thaís.

Última modificação: Sexta, 02 Agosto 2024 09:43
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