Para abrir os trabalhos, o grupo Semente de Angola, de Londrina, tocou Maracatu por todo o corredor central dos blocos do Campus, convidando a comunidade a participar da Mostra, dançar, cantar junto e seguir o bloco até o Auditório do PDE, levando som a todos os cantos da Universidade.
No hall de entrada do auditório foram expostas as obras do artista Clóvis Affonso Costa - CACosta, pintor carioca radicado na cidade de Ourinhos. CaCosta realizou fala no evento de abertura, em que destacou a força, a resistência e a especificidade da arte negra com poesia, canto à capella e um discurso ovacionado pelo público.
“Quando as ofensas passam dos limites, a melhor resposta é o silêncio”, afirma o artista antes de convidar o público a fazer um instante de silêncio em referência ao momento das minorias no Brasil. Depois, recitou o poema “Não sei”, de Cora Coralina e comentou sobre o trabalho exposto na mostra, em suas cores, expressões e temas voltados à ancestralidade africana.
Depois a conferência “Poéticas da negritude: a literatura afro-brasileira em perspectiva”, proferida pela professora-doutora Maria Carolina Godoy, da Universidade de Londrina (UEL) e mediada pela professora Ana Paula Nobile Brandileone (UENP), discutiu o trabalho de escritoras negras da literatura brasileira.
Maria Carolina Godoy trouxe o trabalho das escritoras Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo, falando sobre o surgimento de suas carreiras, a trajetória dentro da prosa e da poesia, a luta pelo respeito dentro do meio literário e a consolidação de suas carreiras como escritoras. Trouxe excertos dos livros para discutir manifestações românticas e políticas dentro das palavras.
Por fim, a apresentação do grupo ourinhense Tons Afro junto aos Itamarrots levantou o público com músicas da vivência negra, verdadeiros gritos de resistência. As obras do artista CaCosta ficam no CCP até o dia 30 de novembro. Hoje, quarta-feira, 14 de novembro, a Mostra é aberta no Campus de Jacarezinho, no Auditório do PDE.