Nos dois dias, os alunos foram instruídos sobre estratégias e cuidados durante as pesquisas em campo e visitaram as trilhas do Parque, incluindo a que leva ao pico do Morro do Diabo. Os monitores do PEMD explicaram aos visitantes os aspectos biológicos, geológicos e históricos do local. A atividade foi coordenada pelos professores Carlos Eduardo Delfino Vieira, Dhiego Gomes Ferreira e Catarina Gonçalves Dias Netto.
O professor Carlos Eduardo ressalta a importância da realização de atividades de campo junto aos alunos do curso de Ciências Biológicas, uma vez que as visitas técnicas são um importante recurso didático, facilitador da aprendizagem. "As experiências apresentadas e discutidas dentro da unidade de conservação mostraram a importância da pesquisa científica em ambientes naturais, especialmente para a conservação da biodiversidade”, destaca.
Para Sayuri Faccini Noda, acadêmica do 1º ano do curso, o trabalho de campo é uma fonte enriquecedora de conhecimento tanto acadêmico como de convivência. “A experiência aguçou ainda mais nosso interesse pela Biologia e contribuiu para expansão da nossa consciência como futuros biólogos. Reforçamos o cuidado e a preservação da fauna e flora pela sua grande importância e impacto na sociedade”, avalia. “O contato com a natureza, bem como com os professores e alunos de outras turmas, contribuiu muito para o crescimento de cada um, pois tivemos que sair da nossa zona de conforto e encarar experiências novas”, complementa Sayuri.
Os alunos Gabriel Augusto Martins, estudante do 1º ano e Stéphany de Campos Venâncio, do 2º ano observaram que a visita ao Parque proporcionou aplicar o conteúdo da sala de aula em campo. “Atividades práticas são essenciais no curso de Ciências Biológicas, pois permitem testar e confrontar as informações teóricas com as práticas em campo, estimulando cada vez mais a busca por conhecimentos”, avalia Gabriel. “É notória a motivação de nós estudantes quando temos a oportunidade de aplicar a teoria em atividades práticas”, disse Stéphany.
Ana Julia Cardoso Marques, também do 1º ano, partilha que a atividade de campo permitiu estar em contato direto com a natureza e apurar seu olhar técnico sobre ela. “Sem dúvidas, foi enriquecedor. A cada passo eu me deparava com espécies variadas que eu ainda não conhecia. Com certeza eu coloquei em prática conhecimentos adquiridos em sala de aula e aprendi ainda mais”, relata.
Parque Estadual Morro do Diabo
O PEMD constitui uma importante unidade de conservação do Estado de São Paulo, englobando 33 mil hectares dentro de uma região conhecida como Pontal do Rio Paranapanema. Criado em 1986, o Parque representa o maior remanescente de Mata Atlântica do oeste paulista e também a maior reserva de peroba-rosa do Estado. De modo peculiar, também inclui uma grande mancha de cerrado e a presença de duas espécies de cactáceas, mandacaru e xique-xique, as quais dão à vegetação um aspecto de caatinga.
O PEMD também é responsável por abrigar a maior população em liberdade de Mico-leão-preto, único primata nativo de São Paulo. Tal primata é raro e está em extinção, o que foi um dos importantes argumentos para a criação do parque. De modo geral, além do contato direto com a natureza, o parque oferece oportunidades para educação ambiental, pesquisa científica e visitação.