George Craig Smith era britânico e trabalhava para a Companhia de Terras do Norte do Paraná, uma das maiores empresas de colonização do país e uma das pioneiras na colonização e na comercialização de terras na região norte do estado. Foi uma das primeiras organizações a comercializar terras no município de Londrina.

As fotos tratam do cotidiano do engenheiro e das pessoas que com ele conviviam, bem como mostra um olhar sobre o norte do Paraná por parte do colonizador, tanto em suas características naturais, como no espaço já modificado pelo ser humano. Os registros datam das décadas de 1920 e 1930.

O acervo de 23 imagens pertence ao Museu Histórico de Londrina e foi trazido ao Museu da UENP por iniciativa da professora-doutora Geane Kantovitz. Envolve fotos do engenheiro Smith, recortes de jornais da época que anunciavam a venda dos lotes na região e trechos de cartas escritas pelo colonizador. Dentre as imagens, há registros de Cornélio Procópio e do Rio Paranapanema.

A professora Geane Kantovitz destaca a relevância da exposição. “A exposição procura instigar no visitante o sentimento de pertencimento identitário, relacionando-o com o processo de constituição histórica, cultural e social do Norte do Paraná. Procuramos dessa forma, evocar as memórias de um passado que se faz presente no cotidiano do município de Jacarezinho e região”, afirma.

A estagiária do Museu e acadêmica do 4º de História, Ana Paula Oliveira, comenta o diálogo que será proposto sobre o acervo. “A visão de Smith mostra uma terra sem dono, sem ninguém, pronta para se desbravar. Para ele, a empresa em que trabalhava trazia desenvolvimento para a região. Em nenhum momento são mencionados os indígenas que moravam no local. Em nossa mediação, buscaremos traçar esse paralelo e mostrar que ali já viviam pessoas antes dos colonizadores”, pondera.

Ana Paula acrescenta que o acervo traz valiosos registros sobre importantes momentos da história da região. “Essas fotos mostram o trabalho das empresas que realizavam os loteamentos, mas também abordam momentos de lazer e o estilo das construções da época. São retratos legítimos dos primeiros anos de urbanização do norte do Paraná”, relata.

O museu recebe visitas das 9h às 12h e das 14h às 17h, de segunda a sexta. A instituição já está agendando visitas de escolas de Jacarezinho e região.