O projeto compreende aulas teóricas e palestras com especialistas das áreas de fisioterapia, odontologia e enfermagem. Avaliação multidimensional do idoso; saúde bucal; diagnóstico do câncer de boca; atendimento a pessoa com deficiência; esterilização e processamento de materiais na APS; avaliação e acompanhamento do paciente com pé diabético; e tratamento de feridas crônicas na APS serão assuntos dos encontros.
“Saúde do Idoso” foi a pauta do primeiro encontro e “Diagnóstico e prevenção de pré-diabéticos” será o tema da próxima capacitação, que acontecerá em 20 de junho. O grupo deverá se reunir, mensalmente, no Centro de Ciências da Saúde (CCS). “Nosso objetivo é contribuir com a comunidade. Além de qualificar profissionais da saúde para realizar atendimento a pacientes idosos, outro objetivo da capacitação é oferecer técnicas para que eles tenham melhores condições de atender também a parte de reabilitação”, explica a professora do curso de Fisioterapia da UENP, Laís Campos de Oliveira.
A fisioterapeuta destaca que o profissional que participar dos treinamentos estará habilitado no final do projeto para realizar avaliação desde a condição física do idoso até o encaminhamento para a especialidade necessária do paciente. “Nessa capacitação, nós tratamos principalmente em relação aos idosos, as condições específicas de idosos que a gente consiga auxiliar em todas as especialidades médicas. Mas abordaremos outros temas nas próximas capacitações. Dessa maneira, conseguimos passar nosso conhecimento para outros profissionais, primeiro para que eles tenham conhecimento da fisioterapia e valorizem o atendimento do fisioterapeuta e para que eles saibam todos locais que nós, enquanto Instituição, atuamos”, acrescenta Laís.
O diretor do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Fabrício José Jassi, agradeceu a parceria da 19ª Regional e Cisnorpi para a realização do projeto. “As portas da Universidade estarão sempre abertas para iniciativas como essa. Estamos aqui para poder dialogar, discutir, debater problemas e avançar”, frisou. Na ocasião, a professora Sônia Regina Leite Merege destacou que a educação permanente é importante para o olhar clínico que o profissional desperta no curso e que, a cada capacitação, um novo especialista terá oportunidade de compartilhar suas vivências e ensinamentos com os participantes do projeto.
Cartilha sobre Saúde do Idoso
Residente em Reabilitação Física no CCS, a fisioterapeuta Angélica Yumi Sambe apresentou, no primeiro encontro, uma cartilha de exercícios para idosos ativos e acamados que a equipe da Universidade produziu para os participantes. A cartilha também orienta os profissionais de saúde em cuidados de úlceras em pacientes com mais de 60 anos. “Esse idoso vai precisar de uma equipe ainda mais multiprofissional para promover uma melhor qualidade de vida e saúde dele”, explica a estudante.
Segundo Angélica, o material preparado auxilia o profissional também no acompanhamento ao idoso que está na fase final da vida e que precisa de cuidados paliativos. “É papel do profissional dar esse conforto no final da vida do idoso”, completa.
De acordo com o enfermeiro da 19ª Regional de Saúde, Eduardo Quirino, a primeira capacitação foi um piloto para as ações do projeto de Educação Permanente em Saúde. “Nossa proposta é fortalecer esse grupo e depois fazer com que esse projeto ajude no processo de replicação dos conteúdos para as próximas equipes que vão participar das próximas capacitações”, observa.
Quirino destaca que o papel da Universidade é fundamental no processo de implantação da linha de cuidados de saúde do idoso em que a 19ª Regional de Saúde deseja desenvolver juntamente com o AME, tendo em vista o aumento significativo até 2030 da população idosa brasileira. “A Universidade entra com a capacitação dos profissionais, discussão de metodologia, de tecnologias novas sobre a reabilitação, sobre a intervenção precoce para evitar que o idoso se torne cada vez mais dependente”, acentua o enfermeiro.
“O benefício maior dessa capacitação é ter profissionais que consigam ter esse olhar voltado para o processo do sujeito envelhecimento, que é um desafio, porque nós ainda estamos em um modelo de atendimento voltados muito para questões agudas e não tanto ainda para acompanhamento da pessoa com condições crônicas. Queremos fazer um movimento de fazer um ajuste na questão da assistência desses profissionais” conclui.