Segundo a chefe da Divisão de Ações Externas da UENP, Sônia Regina Leite Merege, com essa iniciativa, a UENP concretiza a disseminação do conhecimento e consagra um bem maior para a sociedade. “A união entre a 19ª Regional de Saúde e a UENP vem de encontro ao objetivo de uma educação permanente: duas instituições públicas de importância ímpar em nosso estado, unidas para que haja efetivamente uma saúde pública de qualidade e a divulgação do conhecimento, estreitando o fortalecimento de laços da parceria”, destaca.
A enfermeira Patrícia Chaves, responsável pelo agravo na Seção de Vigilância Epidemiológica da 19ª RS, explica que a capacitação ocorreu com profissionais de 11 municípios que atuam na atenção primária em saúde. “O intuito dessa capacitação é qualificar o profissional diante do paciente com hanseníase, em relação ao controle e às ações que devem ser executadas e como é realizada essa avaliação dermatoneurológica”, afirma.
Os temas debatidos no encontro foram: transmissão e diagnóstico da doença, fluxo do paciente, anamnese, exame físico e neuropatia da hanseníase. Os profissionais também participaram de uma dinâmica para realizar avaliações neurológicas simplificadas com pacientes com hanseníase, numa ação coordenada pela professora do curso de Fisioterapia, Michelle Moreira Abujamra Fillis. “Treinamos os profissionais de saúde a realizar essa avaliação neurológica porque também somos profissionais capacitados para reabilitar o paciente, melhorar sua independência funcional e melhorar sua autonomia, inclusive prescrever órteses”, explica.
De acordo com Michelle, a hanseníase é uma doença que gera muitas incapacidades físicas. Por isso, o fisioterapeuta, além de fazer a reabilitação do paciente, também pode atuar na busca ativa de casos. “Os primeiros sinais e sintomas são manchas e perda de forças, principalmente na atenção primária. Nessa etapa o profissional pode aplicar a avaliação neurológica simplificada, que consiste naquela avaliação em que nós determinamos o nível de capacidade que o paciente tem por causa da hanseníase”, observa.
De acordo com o diretor do Campus Luiz Meneghel, Ricardo Castanho Moreira, que participa das capacitações do projeto como profissional de Enfermagem, o diagnóstico oportuno é importante para evitar e prevenir incapacidades no paciente com hanseníase. “É importante trazer este ponto para a discussão porque existe uma meta mundial de reduzir para menos de um caso para cada 10 mil habitantes. Então, essa estratégia da Educação Permanente contribui para a formação dos profissionais e para manter o estado de alerta no diagnóstico oportuno dessa doença”, observa.
“A doença hanseníase é muitas vezes negligenciada pelos sistemas de saúde, então é importante ser incluída em planos de educação permanente para que sempre esteja levando esse tema para os profissionais de saúde e sempre deixando eles alertas para quando chegar um paciente com essas características eles saberem como realizar a avaliação clínica voltada, porque a gente sabe que na atenção primária esses profissionais atendem pacientes com as mais variadas queixas”, destaca Ricardo.
Projeto de Educação Permanente em Saúde
O Projeto de Educação Permanente em Saúde compreende aulas teóricas e palestras com especialistas das áreas de Fisioterapia, Odontologia e Enfermagem. Ao longo do ano, a UENP realizará outras capacitações. No primeiro encontro, os participantes discutiram assuntos relacionados à saúde do idoso. Na segunda capacitação, o grupo estudou sobre pé diabético. Já a terceira etapa foi dividida em duas partes para atender os 22 municípios que integram a 19ª Regional de Saúde.
Assuntos dos próximos encontros incluem avaliação multidimensional do idoso; saúde bucal; diagnóstico do câncer de boca; atendimento a pessoa com deficiência; esterilização e processamento de materiais na APS; avaliação e acompanhamento do paciente com pé diabético e tratamento de feridas crônicas na APS.
