Ao todo, 35 estudantes chineses já se inscreveram para participar da iniciativa. O professor partilhou a expectativa com o novo projeto. “É um reconhecimento internacional muito grande para minha trajetória como pesquisador na área, pelo fato de já estar atuando, internacionalmente, em congressos e em eventos. Acredito que isso é um grande sinal de reconhecimento para meu currículo e, acima de tudo, um grande desafio, o qual recebi com bastante entusiamo, principalmente pelo fato de que a China é o maior parceiro econômico do Brasil, e essas interações econômicas vem gerando repercussão em termos de interações culturais, acadêmicas e de pesquisa”, destaca Jairo.
De acordo com o professor, o livro “The Unwritten Brazilian Constitution” que ele lançou, em conjunto com o professor Rubens Beçak, será uma base bibliográfica para o curso. “Esse curso é justamente uma oportunidade para fazer esse intercâmbio entre o que está acontecendo no Brasil em termos de direito constitucional e, mais especificamente, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, que é uma corte bastante importante nos últimos anos no país pelas decisões que são tomadas, pelas questões que ela trata e isso é de interesse muito grande pela comunidade internacional”, enfatiza Jairo.
Para o docente, ter um vínculo com uma das instituições mais prestigiadas em direito na China é um marco para ele e também para a UENP. “Essa contratação é bastante importante para eles e para mim, porque mostra esse vínculo institucional bastante forte, que é também muito relevante para UENP ter os seus professores atuando internacionalmente”, observa. “É uma grande alegria pra mim e também para a nossa instituição como um todo, já que mostra que, mesmo distante dos grandes centros, nós professores da UENP podemos ter contato com grandes universidades internacionais e abrir horizontes para novos projetos e novos intercâmbios”, conclui.
Supremo Tribunal Federal do Brasil
Segundo Jairo, o curso “Introdução ao Supremo Tribunal Federal do Brasil: uma perspectiva brasileira sobre direito constitucional comparado” teve grande aceitação pelos chineses, porque é um tema fora da realidade deles. “A comunidade jurídica internacional tem muita curiosidade sobre o que acontece no Brasil e como são as coisas aqui no ponto de vista jurídico, constitucional, pelo fato de que nós não temos no Brasil uma cultura muito forte no âmbito do direito de publicação internacional”, explica.
As aulas acontecerão em um turno diferente tanto para o professor quanto para os alunos. “Aqui, para mim, acontecerá no período da manhã. Já para eles, será noite no horário da China. Será uma dificuldade adicional para manejar essa diferença de horários, porque são 11 horas de diferença. O curso é cedo demais pra mim e um pouco tarde para eles, mas a gente conseguiu manejar isso”, conta Jairo.
O professor destaca, ainda, que o Supremo Tribunal Federal no Brasil é um tribunal bastante importante para decisões de questões políticas no país já há alguns anos e tem se destacado por uma atuação que chama a atenção da comunidade internacional. “Por isso o pedido para que fosse tratado como é essa instituição no Brasil, quais suas principais decisões, como o direito constitucional tem sido interpretado pelo STF e isso tem sido motivo de bastante interesse pelos chineses”, finaliza Jairo.