Coordenada pela professora Marina de Godoy Almeida, a iniciativa surgiu com o objetivo de diagnosticar e prevenir lesões que podem evoluir para um câncer de lábio, principalmente, em trabalhadores que ficam expostos diariamente ao sol. “Nossos estudantes vão atuar com os trabalhadores rurais que não têm essas orientações de prevenção e cuidados, especialmente, do que se fazer para prevenir esse tipo de doença”, explica Marina.
A Queilite Actínica é uma condição clínica inflamatória que afeta, principalmente, a região do lábio inferior, em decorrência da exposição crônica e progressiva à radiação ultravioleta. A lesão compõe as desordens orais potencialmente malignas e que acomete, principalmente, homens com idade acima de 40 anos e de pele clara.
De acordo com a professora, considerando o potencial de evolução maligna dessa lesão, é importante o diagnóstico precoce. “Os trabalhadores que necessitarem serão encaminhados para a Clínica de Odontologia da UENP para biópsia ou atendimento clínico. Mas, inicialmente, serão atendidos na clínica da Usina. Já na primeira triagem foi realizado um diagnóstico positivo para a doença”, alerta Marina.
Além de contribuir com a prevenção da doença, o projeto visa melhorar as taxas de expectativa de vida e reduzir os gastos públicos com tratamento das formas avançadas da doença. A aluna do curso de Odontologia, Izabella Batista Ramos, destaca que, além de diagnosticar essas lesões e preveni-las para que elas não se tornem um câncer, os colaboradores contarão com atendimento odontológico. “Esses trabalhadores estão muito expostos ao principal fator de risco dessas lesões que é a radiação ultravioleta”, acentua.
As atividades do projeto começaram em julho e serão desenvolvidas, semanalmente, durante um ano com os colaboradores da empresa. Os alunos realizarão palestras de orientação de saúde bucal, triagem para avaliação de lesões e condições orais. “Esse trabalho busca expandir o conhecimento do acadêmico para além daqueles obtidos em sala de aula, permitindo praticar esses conceitos e vislumbrar a atuação dele junto à sociedade”, observa a professora.
Segundo a técnica em Segurança do Trabalho da Usina, Vanessa Cristina Ferreira, o projeto vai trazer, acima de tudo, qualidade de vida para os trabalhadores. “A saúde bucal é a porta de entrada para a saúde do corpo todo. Então, a gente conseguindo levar essa qualidade para eles, com certeza, vai melhorar a saúde em todos os aspectos”, ressalta.
Para a médica responsável pelos atendimentos dos trabalhadores rurais, Luciana Castilho Nishimoto, o vínculo entre a Universidade beneficiará tanto os colaboradores da empresa quanto os alunos e os professores. “Enquanto empresa, temos um crescimento na questão de saúde de uma forma geral, porque a saúde bucal envolve a mental, física, alimentação, nutrição e até mesmo a questão estética. Isso fortalece o ser humano e é uma oportunidade para os alunos atuarem diretamente com os trabalhadores e sedimentar o conhecimento deles na graduação”, conclui.
A primeira visita do projeto à Usina aconteceu no dia 3 de julho. Além da coordenadora e alunos do projeto, também participaram da visita a chefe da Divisão de Ações Externas da UENP, Sônia Regina Leite Merege, o professor do curso de Odontologia, Augusto Alberto Fogiatto, e colaboradores da Usina.