Livro discute violência sexual contra criança e o papel da mídia

Segunda, 19 Novembro 2012 15:37

Os elementos constitutivos das subjetividades contemporâneas (gênero, sexualidade e mídia) têm pautado inquietantes questões na arena pública e agora ganha espaço no livro "Olhares Plurais para o Cotidiano – Gênero, Sexualidade e Mídia". A obra, que será lançada pela editora Cultura Acadêmica no dia 22 de novembro, às 19h, na Livraria Ponto do Livro em São Paulo - Capital, conta com publicação de Luiz Fabiano Zanatta, professor do curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), Campus Luiz Meneghel (CLM), e Tatiana Savoia Landini, socióloga, professora e pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), que escrevem um dos capítulos do livro: "Pesquisa, ética e notícia – algumas questões sobre o noticiamento da violência sexual contra crianças e adolescentes".

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O livro surge ainda com a perspectiva de aprofundar os termos do debate sobre a temática, refinar conceitos e propor novas perspectivas metodológicas capazes de operar com as variadas tecnologias de comunicação atualmente disponíveis e com os usos que as pessoas fazem desses recursos, além de apontar uma série de reflexões para este campo móvel e dinâmico, partindo de pesquisas que mobilizam diferentes metodologias investigativas de modo criativo e profícuo.

Já no capítulo realizado pelos professores, o foco principal é o papel da imprensa escrita e da mídia de uma forma geral, ao noticiar a violência sexual contra crianças e adolescentes. O escrito tece uma contextualização a partir de um relato de caso que traz a narrativa de um ato de violência sexual cometido a uma menina de seis anos. A partir da história apresentada, reflexiona-se sobre a veracidade das notícias publicadas pelos jornais, sejam eles jornais locais ou jornais de grande circulação nacional sobre o noticiamento da violência sexual contra crianças e adolescentes.

Os autores consideram que é por meio da mídia que grande parte das pessoas toma contato com essa problemática e que se não existisse o seu trabalho, muitos não saberiam sequer da existência desse sério problema social, e a vitimização de crianças continuaria muito mais silenciosa. Contudo, apontam que, é preciso levar em consideração também, a depender do recorte e da abordagem adotada, que há consequências problemáticas se pensarmos tanto do ponto de vista da informação transmitida quanto de possíveis soluções. Ressaltam a necessidade da mídia atuar no sentido de informar os leitores sobre a problemática da violência sexual de forma mais responsável e menos enviesada, pois o sensacionalismo e o pânico moral em nada ajudam na busca de soluções concretas e criativas. O sentido deve ser sempre o de desmentir preconceitos do senso comum. E que, também seria interessante que os meios de comunicação agissem no sentido de contribuir com uma discussão mais aprofundada e, quiçá, com a busca de soluções realistas e inteligentes.

Para Larissa Pelúcio (UNESP/Bauru), uma das organizadoras do livro, os textos presentes no livro, foram escritos por pesquisadoras (es) de diferentes áreas de conhecimento que utilizam o aporte teórico das ciências sociais, da teoria feminista e dos estudos culturais, entre outros, para pensar o lugar das relações de gênero e sexualidades na produção midiática contemporânea. Larissa esclarece que os artigos foram apresentados em primeira versão durante I Seminário Internacional Gênero, Sexualidade e Mídia: olhares plurais para o cotidiano, realizado em outubro de 2011, no campus de Bauru (SP) da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), evento idealizado pelos (a) organizadores (a) desta coletânea, e que agora são disponibilizados através desta obra.

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