"É importante que as instituições prestem atenção na chamada. O CEDC desenvolve um importante trabalho com a distribuição de cadáveres para estudos em cursos da área da saúde. Esta distribuição é realizada para instituições cadastradas, obedecendo a uma ordem na lista de espera", explicou a coordenadora de Ensino Superior, Márcia Tembil.
O Conselho, criado pelo Decreto Estadual 3332/2008, tem a função de estabelecer políticas e normatizar as ações necessárias para a distribuição de cadáveres não identificados, não reclamados ou doados, para todas as Instituições de Ensino Superior Estaduais e Particulares cadastradas. Estão cadastradas atualmente 51 instituições que também devem atualizar seus dados. Com o objetivo de ampliar o número de entidades atendidas, a Seti enviou 220 correspondências divulgando o cadastramento que deve ser realizado por meio de ofício, assinado pelos reitores ou diretores das Instituições de Ensino Superior e encaminhado à Coordenadoria de Ensino Superior (CES) da secretaria.
Doação
Além de distribuir os cadáveres no estado do Paraná, o Conselho Estadual de Distribuição de Cadáveres (CEDC) está intensificando os trabalhos para conscientizar a população sobre a necessidade da doação de corpos para estudos. Atualmente são poucas as doações o que compromete os estudos nos cursos da área da Saúde. "Poucas pessoas sabem que após o falecimento podem doar seu corpo para estudos. Basta que faça uma escritura pública em vida deixando clara sua intenção de doar. A doação também poderá ser efetivada por parentes das pessoas falecidas", ressaltou Márcia Tembil.
A presidente do Conselho, Tânia Regina Santos Soares, esclarece que a cessão dos corpos apenas se concretizará em casos de morte natural. "Não há possibilidade de doação de corpo quando o óbito resultar de homicídio, ou nos casos em que a causa da morte for obscura, e resultar em instauração de inquérito policial", destacou a presidente.
Os corpos doados para fins de estudo e pesquisa contribuem para melhorar a formação técnica de profissionais da área da saúde; permitem desenvolver técnicas cirúrgicas mais eficientes e menos invasivas; possibilitam desenvolver pesquisas médico-científicas; contribuem para a formação ético-humanista e possibilitam estudar e conhecer as variações anatômicas das estruturas e órgãos que formam o corpo humano.
Diante da falta de cadáveres para estudos a professora Tânia Regina Santos Soares, destaca que o objetivo é criar a cultura de doação de corpos para fins de ensino e pesquisa. "Estamos próximos do dia em que vamos ter de ensinar/aprender anatomia humana somente com o uso de bonecos e programas computacionais", explicou.
Há alguns casos de instituições de ensino que precisam trabalhar com corpos bastante deteriorados por conta da falta de doações. "Quanto pior a qualidade da peça anatômica, maior a dificuldade de aprendizado, devido a dificuldade em observar as estruturas necessárias. Isso faz reduzir significativamente a qualidade do ensino", enfatizou a presidente do CEDC.
Mais informações sobre o Conselho Estadual de Distribuição de Cadáveres podem ser obtidas no site www.seti.pr.gov.br .
Assessoria de Imprensa SETI