Organizado pela PROEC e pelo DADRAL, o Colóquio, segundo os organizadores, teve por objetivo oportunizar um momento e um espaço de reflexão sobre as questões étnico-raciais no contexto universitário. Na ocasião, cerca de 350 pessoas, entre comunidade acadêmica e comunidade externa, puderam acompanhar diversas atrações culturais, dentre elas: apresentação da bateria Capiau do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA); exposição de artes plásticas; capoeira; cantiga dos orixás (pelo povo de axé); declamação de poema e apresentação musical com Bruno Porfírio, além da mesa redonda que teve como tema “O negro no contexto universitário”. Os professores Almir Ferreira (CCS), Vladmir Brega Filho (CCSA), Jean Carlos Moreno (CCHE) e o vice-reitor Fabiano Gonçalves Costa, compuseram a mesa de discussão, moderada pelo diretor de Cultura, James Rios.
O evento, que teve por finalidade discutir a diversidade étnico-racial, proporcionou, à comunidade acadêmica do Campus de Jacarezinho, a integração entre os Centros de Estudos, por meio de alunos e professores que participaram do Colóquio. Segundo o diretor de Cultura da UENP, James Rios, “Foi um momento oportuno e especial para que os discentes e os docentes do Campus de Jacarezinho pudessem estar juntos, em um mesmo espaço de convivência, discutindo um tema de tamanha relevância para a Universidade e para a sociedade”, disse.
A pró-reitora de Extensão e Cultura, professora-doutora Simone Castanho, pontuou sobre a importância do Colóquio, bem como a da Mostra de Arte. “Salientamos a importância de refletir, de maneira concreta, sobre as questões étnico-raciais no contexto universitário, sobretudo na UENP, pois, é partir de eventos como este, que trabalhamos no processo de afirmação e promoção da dignidade humana”.
Já o vice-reitor da UENP, professor-doutor Fabiano Gonçalves Costa, salientou sobre a imprescindibilidade do dia da Consciência Negra, frisando que “este dia é marcado pela luta de uma parcela significativa da população, que sente na e pela pele o fato de ser excluída de diversos seguimentos da sociedade”. Fabiano ainda lembrou que “nenhuma outra raça sofreu e continua a sofrer injustiças que este País promove dia a dia na manutenção de uma sociedade elitista, heteronormativa, machista e branca”, opinou.
A pró-reitora de Extensão e Cultura agradece a todas as pessoas que participaram do evento, sobretudo os que trabalharam na organização. “Gostaria de nominar todas as pessoas que contribuíram para que o I Colóquio de Cultura ocorresse com tamanho sucesso. Mas para não cometer nenhuma injustiça, deixo meu abraço de agradecimento a todos os alunos do Diretório Acadêmico, aos artistas plásticos, professores, funcionários, estagiários, ao Projeto Cultura no Bairro, ao Povo de Axé, e, principalmente, a todos que estiveram na organização”, agradeceu Simone Castanho.
Homenagem
No decorrer das apresentações culturais, a PROEC prestou uma homenagem (menção honrosa) a José Pereira da Paz, conhecido na cidade de Jacarezinho como “Mestre Capu”, por ter contribuído na construção da cultura afro-brasileira da comunidade local, onde ministrou a prática da capoeira em 12 academias, na década de 1970. Atuante nos desfile das escolas de samba de Jacarezinho, Mestre Capu tem um currículo abastado. Além de possuir o bloco carnavalesco “Pra Frente Brasil”, desfilou em todas as agremiações carnavalescas do município e é considerado, entre seus pares, o melhor percussionista da região. Hoje, atua como instrutor de fanfarra no Colégio Estadual José Pavan e é assíduo frequentador dos terreiros de candomblé e umbanda da cidade.
Após receber homenagem, Mestre Capu fez uma apresentação solo com suas tumbadoras (atabaques africanos), levando os participantes às palmas e ao canto, em um momento de descontração.