O evento teve como convidado para conduzir as discussões o professor Fernando Brito, pós-doutor em Democracia e Direitos Humanos pela Universidade de Coimbra – Portugal, e coordenador do programa de pós-graduação em Ciências Jurídicas da UENP. "Foi uma experiência muito boa. Foi a primeira vez que falei para um público tão variado. As pessoas vieram, participaram, e isso foi muito bom”, comentou. “Democracia e Participação Popular' é sempre um tema muito atual. Principalmente se levarmos em conta o cenário político pelo qual estamos passando. É um assunto que sempre deve estar em pauta", disse o professor.
Depois da apresentação do tema, o espaço foi aberto para perguntas. A psicóloga Wanderly Pereira, moradora de Jacarezinho, participou do debate. "Eu gostei muito da ideia de ver assuntos tão relevantes sendo discutidos por um pós-doutor, fora da sala de aula. Foi uma forma de ampliar o debate. Não deixá-lo restrito ao ambiente acadêmico”, salientou. “Torço para que continue assim. E que nos próximos encontros ainda mais pessoas possam participar, porque é muito importante", pontuou.
Segundo o chefe de Divisão de Cultura da PROEC e coordenador do evento, professor-doutor Alexander Gonçalves, o Café Cultural tem o objetivo de criar um ambiente de debate permanente sobre temas atuais e de importância para a sociedade. "Nós não tínhamos em nossa região nenhuma atividade desenvolvida nesse sentido. E à medida que criamos essa interação entre os indivíduos da comunidade, a Universidade cumpre aquele que talvez seja o seu maior compromisso: o desenvolvimento humano e social. Aliás, acreditamos que é por meio do diálogo que se exerce a cidadania", ressalta.
A pró-reitora de Extensão e Cultura da UENP, Simone Castanho, comenta que o Café Cultural é um projeto que deu certo. “Temos a convicção de que conseguiremos aprimorar, cada vez mais, o seu formato. Hoje, graças a toda equipe da UENP e a todos os parceiros institucionais e patrocinadores, o Café Cultural é uma extensão da Universidade na comunidade que, felizmente, recebeu de braços abertos o projeto", disse.
Para o gerente do SESC Jacarezinho, Dimas Fonseca, a parceria foi muito positiva. "Ficamos muito satisfeitos. Até porque a proposta do SESC é justamente a de atuar na comunidade e também promover o diálogo sobre temas que sejam atuais e de interesse da comunidade. Portanto, a proposta do Café Cultural vem ao encontro dos nossos anseios. Espero que possamos manter essa parceria", pontuou.
A atração musical do evento ficou por conta do músico jacarezinhense Marcos Cleto. O evento, registrado em vídeo, está sendo editado e, em breve, será disponibilizado no canal da UENP no YouTube.
Acessibilidade
O Café Cultural UENP contou ainda com a participação do tradutor-interprete em Libras, professor Luiz Renato Martins da Rocha, da UENP. “Pensando nessas questões de acessibilidade, o I Café Cultural da UENP, foi um evento agregador das diferenças e fez com que essas questões não ficassem apenas em um plano mediado pelo discurso, mas sim, contemplativo e inclusivo”, salientou. O professor lembra que quando se fala de acessibilidade, muitas vezes vem à mente apenas a acessibilidade arquitetônica/física e pouco se tem lembrado e discutido sobre a acessibilidade comunicacional.
“O Café Cultural foi um evento completo que contou com todos os tipos de acessibilidade, inclusive a comunicacional, o que permitiu que os surdos que lá estavam, pudessem discutir e refletir sobre as questões em pauta, na sua língua, a Língua Brasileira de Sinais – Libras, que aos poucos tem adentrado nos espaços educacionais e outros, com a proposta de tornar nosso país bilíngue e capaz de se comunicar com as pessoas que usam uma língua de modalidade diferente da comunidade ouvinte”, disse o professor Luiz Renato.
Café Cultural
O Café Cultural é um encontro aberto do qual todos podem participar - independentemente de sua bagagem intelectual, filosófica ou cultural - para discutir assuntos diversos. O nome vem de uma tradição existente desde a década de 1990 na França, em que os encontros para discussão de assuntos do dia a dia eram animados por alguém de notória formação intelectual. Com o tempo, a ideia se espalhou e eventos desse tipo passaram a ser realizados em diversos países, inclusive no Brasil. Na UENP, a ideia de desenvolver o projeto nasceu em 2014.