UENP recebe 1ª Carta Patente por invenção que propõe biocontrole da Ferrugem Asiática da Soja

Quarta, 13 Abril 2022 17:37
(Da esq. para a dir.) André Menolli, Ederson Sgarbi, Mayra Gallo, Fátima Padoan, Larissa de Assis, Fabiano Costa e Vanderleia Oliveria após solenidade de entrega da Carta Patente  (Da esq. para a dir.) André Menolli, Ederson Sgarbi, Mayra Gallo, Fátima Padoan, Larissa de Assis, Fabiano Costa e Vanderleia Oliveria após solenidade de entrega da Carta Patente

A Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) recebeu a primeira concessão de Carta Patente pela pesquisa “Controle Biológico da Ferrugem Asiática da Soja por Fungo Antagonista”. Concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), a Patente garante à Universidade propriedade intelectual sobre a invenção realizada na Instituição pela professora-doutora Mayra Costa da Cruz Gallo de Carvalho, pelo mestre em Agronomia pela UENP, Everson Pedro Zeny; e pela egressa do curso de Ciências Biológicas da UENP, Larissa de Assis Carretts. A solicitação do registro foi realizada pela Agência de Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual (AITEC) da UENP, seguindo o trâmite já definido pelo INPI. O evento de entrega do documento foi realizado no dia 13 de abril, no Campus Luiz Meneghel de Bandeirantes.

A reitora Fátima Aparecida da Cruz Padoan comemorou a concessão da primeira Carta Patente da UENP e enalteceu o trabalho realizado pelos pesquisadores. “O dia de hoje é um marco científico para nossa Universidade, momento que evidencia nossa maturidade acadêmica, a nossa excelência na pesquisa. Essa conquista nos dá ainda mais a certeza de que estamos trilhando o caminho certo, pelos êxitos que temos alcançado como Universidade”, disse. “Hoje estou muito feliz. E o fato de a primeira Patente da UENP ter sido registrada por mulheres nos enche ainda mais de orgulho.  Agradeço, em especial, a professora e amiga Mayra Gallo, os egressos Larissa e o Everson pela brilhante pesquisa. Agradeço ainda a todos que contribuíram nesse processo. Muito obrigada”, finalizou.

A professora Mayra Gallo partilhou a felicidade pela conquista e destacou o estabelecimento de parceria com empresa para desenvolvimento do produto. “É muito bom ter esse momento de reconhecimento e receber esse carinho em nossa casa, a Universidade. Em dois ou três anos, pretendemos ter ao menos dois produtos disponíveis para a sociedade tratar de um problema sério no Brasil que é a doença da soja, nosso principal produto nacional. Estou muito feliz por tudo isso, esperamos todos que tenhamos sucesso”, ressaltou Mayra. “Essa inovação que comemoramos hoje, que é uma inovação de invenção, uma patente verde, ou seja, que está relacionada ao desenvolvimento sustentável que por esse motivo tem prioridade de tramitação no nosso país”, complementou.

A bióloga Larissa de Assis Carretts partilha a alegria em retornar à UENP onde iniciou a pesquisa que agora é patenteada. “Receber esse reconhecimento do meu trabalho que começou na Iniciação Científica, sabendo que isso gerou muitos frutos, é muito gratificante. Agradeço e parabenizo a professora Mayra que batalhou muito para que a pesquisa se tornasse um produto que logo teremos no mercado para contribuir com o cenário agrícola que precisa ser mais sustentável”, disse.

O diretor da AITEC, André Menolli, parabenizou os autores da pesquisa e explicou que a patente confere a seu titular a exclusividade de uso, comercialização, produção e importação de determinada tecnologia. “Na Universidade temos propriedade intelectual. Nossa missão é criar conhecimento. A inovação é transformar o conhecimento em riqueza. Sem os pesquisadores, isso não ocorre. Tenho certeza de que esse será o primeiro caso de sucesso de muitos da UENP”, disse.

Na ocasião, o vice-reitor Fabiano Gonçalves Costa falou sobre a importância das diferentes perspectivas que levam uma pesquisa ao sucesso. “Tenho admiração pelo científico que toda a equipe desenvolveu, de ter sido perspicaz de olhar para aquilo que não era o objetivo inicial da pesquisa. Aliás, olhar para o enfoque daquilo que não deu certo. Esse olhar científico não é fácil. Por isso, parabenizo a Mayra, a Larissa e a toda a equipe por essa conquista”.

A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Vanderleia Oliveira, destacou as diversas pesquisas que são realizadas na Universidade. “Gostaria de reconhecer o potencial dos nossos pesquisadores. Temos registrados, na PROPG, 234 projetos de pesquisa em andamento hoje na UENP. Transformar esse conhecimento em um produto é um passo a mais e fazer parte disso é motivo de muito orgulho”, afirmou.

O diretor do Campus Luiz Meneghel, Ederson Marcos Sgarbi, parabenizou e desejou sucesso a equipe. “O que comemoramos hoje é um esforço de todos que contribuíram para essa conquista. Parabenizo a professora Mayra, em nome de todos os pesquisadores, pelo esforço, dedicação e comprometimento com a pesquisa. Tenho certeza que é a primeira de muitas patentes registradas pela nossa universidade”.

Pesquisa

O que possibilitou o depósito de um pedido de Patente pela UENP, foi que o fungo identificado como agente de biocontrole da FAS (Ferrugem Asiática da Soja) pertence a um gênero de fungos que atua como promotores de crescimento em plantas e com habilidades de proteção do vegetal contra uma variedade de doenças. No entanto, essa é a primeira vez que o gênero é apontado como agente de controle da ferrugem.

A professora Mayra explica que o microbiológico patenteado depende de um processo de fermentação líquida para produção de uma calda que deve ser pulverizada no campo. “Uma vez em contato com o fungo causador da ferrugem asiática da soja, o nosso microbiológico vai parasitar as lesões de ferrugem impedindo a sua multiplicação e, consequentemente, reduzindo a severidade da ferrugem no campo”, explicou Mayra.

Com a concessão da patente, a UENP é considerada a inventora da tecnologia que foi patenteada, tendo o direito de impedir terceiros, sem o seu consentimento, de produzir, usar, colocar à venda, vender ou importar produto objeto de sua patente e/ ou processo ou produto obtido diretamente por processo por ele patenteado.

A análise do mérito no Brasil demora, em geral, mais de dez anos para ocorrer. Contudo, a Patente da referida pesquisa foi solicitada como Patente Verde, que é um tipo de Patente que se encaixa em tecnologias que possam contribuir para as mudanças climáticas globais e possui trâmite prioritário, que visa acelerar o exame dos pedidos de patentes relacionados a tecnologias voltadas para o meio ambiente.

O processo de solicitação de Patente possui um trâmite já definido na AITEC que deve ser seguido por qualquer professor, aluno, pesquisador ou servidor da UENP que desejar entrar com o pedido junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O processo está descrito no site da AITEC, disponível AQUI.

Estiveram no evento, o vice-diretor do Campus Luiz Meneghel, Ricardo Castanho; a pró-reitora de Extensão e Cultura, Simone Castanho; a diretora de Pesquisa, Christiane Luciana da Costa; o diretor do Centro de Ciências Tecnológicas, Carlos Eduardo Ribeiro, além de professores, alunos e agentes universitários do CLM.

 

Última modificação: Quarta, 27 Abril 2022 10:10
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