Equipes da UENP promovem cidadania e melhor qualidade de vida durante Rondon Paraná

Terça, 24 Outubro 2023 18:28
Alunos e professores da UENP durante a solenidade de encerramento da Operação Rondon, no sábado (21), em Pontal do Paraná Alunos e professores da UENP durante a solenidade de encerramento da Operação Rondon, no sábado (21), em Pontal do Paraná

Entre os dias 12 e 21 de outubro, 20 alunos e quatro professores da Universidade Estadual do Norte do Paraná desenvolveram atividades da Operação Rondon Paraná 2023. A UENP participou da ação com duas equipes, uma em Antonina e outra no município de Rio Branco do Sul. As ações de extensão universitária foram realizadas nas áreas de cultura, direitos humanos, educação, inclusão social, meio ambiente, saúde, tecnologia e buscaram contribuir com a melhoria da qualidade de vida das pessoas que residem nas comunidades atendidas.

A Operação Rondon aconteceu nos municípios de Antonina, Guaratuba, Morretes, Paranaguá, Pontal do Paraná, Cerro Azul e Rio Branco do Sul. Ao todo, foram realizadas 372 ações extensionistas, que envolveram 14.732 mil pessoas, em dez dias de atividades. O secretário de Ciências, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, destacou que a Operação cumpriu os objetivos e aproximou a universidade das comunidades. “Levamos atividades de extensão universitária às populações mais carentes dos municípios atendidos e, sobretudo, demos oportunidade para formação integral aos estudantes e professores”, disse.

O reitor da UENP, Fábio Antonio Néia Martini, parabenizou os alunos e professores que participaram da Operação. “Nós estamos muito orgulhosos da participação da UENP no Rondon Paraná. Tenham a certeza de que vocês fizeram a diferença na comunidade onde atuaram. Espero que levem essa experiência por toda a vida”, acentuou.

O coordenador acadêmico da Operação Rondon Paraná 2023 e pró-reitor de Extensão e Cultura da UENP, Rui Gonçalves Marques Elias, destacou o sucesso da edição. “A Operação 2023 marcou o retorno da ação no Estado, com as atividades locais. Sem dúvidas, trouxe muitos resultados positivos para as comunidades atendidas e para a formação dos estudantes e professores que participaram. Foram dias de bastante intensidade, com várias ações, atendendo dezenas de pessoas. Foi um período de muito aprendizado, de transformação humana e de compartilhamento de saberes”, ressaltou.

Conjuntos A e B

O Conjunto A da UENP, composto por 10 alunas e duas professoras, realizou atividades no município de Rio Branco do Sul, onde desenvolveu, em parceria com o Conjunto B da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), avaliação de crescimento e de desenvolvimento infantil, aferição de pressão arterial, assessoria jurídica para adultos e orientação sobre saúde. A equipe atuou também em escolas rurais, com orientações de saúde bucal, educação sexual e oficina sobre pontos turísticos da cidade, primeiros socorros e assessoria jurídica, além de roda de conversa para conhecer melhor a localidade, entender a vivência da comunidade.

A professora de Enfermagem da UENP, Ana Lúcia de Grandi, uma das coordenadoras do Conjunto A, partilhou que a Operação Rondon foi uma experiência incrível. “Apesar de todos os problemas que enfrentam, as pessoas nos receberam muito bem. Estamos muito felizes pelos aprendizados e gratos por ter participado e levado algo para essas comunidades”. A equipe visitou comunidades terapêuticas, onde realizou oficinas de elaboração de currículo, roda de conversa sobre uso de drogas e dependência química, sobre relações familiares, além de atividades sobre Outubro Rosa, prevenção do câncer de mama e colo de útero, cuidados pessoais, maquiagem, tranças e manicure. Também trabalharam com panificação, assessoria jurídica, primeiros socorros e ginástica laboral.

Entre as comunidades terapêuticas atendidas, estão a Casa de Recuperação Ossos Secos (CROSS) e a Comunidade Feminina Fonte de Misericórdia, que acolhem dependentes químicos e de álcool. O coordenador da CROSS, Anderson Brunelo, falou sobre as ações que receberam. “As oficinas realizadas foram bem proveitosas para a nossa realidade, até mesmo visando a reinserção social desses alunos acolhidos aqui, tanto na questão familiar quanto no mercado de trabalho. Foi benéfico e espero que sirva de motivação para eles, para que tenham a esperança de tocar a vida lá fora”, frisou.

A coordenadora da Fonte de Misericórdia, Janaina Cordeiro Fontora de Castro, destacou que as oficinas desenvolvidas foram importantes para as mulheres atendidas no local. “Essa ação trouxe um aprendizado e um crescimento muito grande para elas. Só de ver a alegria e o sorriso delas é algo muito bom. Para elas, as oficinas são um acréscimo, um crescimento, além de poder se tornar uma ajuda profissional, também faz com que elas se valorizem como mulheres”, apontou.

“Fiquei muito feliz com a presença da Operação Rondon aqui na Fonte, por tudo que as meninas ensinaram, por todo o aprendizado que elas trouxeram. Nós estamos aqui e, às vezes, não é fácil passar o tempo, mas graças a vocês, tivemos um dia maravilhoso e muito produtivo. Muito obrigada e que Deus abençoe todos os envolvidos na Operação”, disse uma das internas da Comunidade Fonte de Misericórdia.

A acadêmica de Odontologia da UENP, Anna Clara Cachoni, falou sobre a experiência. “A Operação Rondon transforma as pessoas. Foi uma experiência única, uma troca de carinho muito grande com as pessoas da comunidade, muita atenção e muito cuidado em gestos simples que recebemos. Além disso, essa é uma oportunidade de colocar em prática aquilo que aprendemos na universidade e, mais importante, repassar todo esse conhecimento para a comunidade”, relatou.

O Conjunto B da UENP, composto por 10 alunos e duas professoras, atuou em Antonina, em parceria com o Conjunto A da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Juntos, desenvolveram oficinas de canto, oratória, defesa pessoal, saúde bucal, socorros e resgate de pessoas, informática, equipamentos de proteção individual, animais peçonhentos, chaveiros de macramê, velas, tie day e automaquiagem. As equipes também promoveram teatro ecológico para crianças, realizaram o Fórum do Meio Ambiente e o Módulo Agroecológico, onde montaram uma horta comunitária.

A professora de Medicina Veterinária da UENP, Mariza Fordellone Rosa Cruz, uma das coordenadoras do Conjunto B, conta que, no início, por conta da chuva e pouco comparecimento da comunidade, a Operação foi desafiadora. “Aos poucos, fomos nos conectando e a Operação foi se transformando, fomos atingindo nossos objetivos, a cada dia melhorando nosso público, atingindo cada vez mais pessoas. Na zona rural, conseguimos chegar até muitas pessoas da comunidade. Foi realmente incrível e fomos muito reconhecidos, o que nos deixou muito felizes por desenvolver um ótimo trabalho com a comunidade. Nos pareceu que todas as dificuldades foram superadas”, frisou.

Um dos locais onde realizaram oficinas foi na Escola Joana de Camargo Machado, a APAE de Antonina. A pedagoga da APAE, Marielen Shtorach Martins, relatou que foi muito gratificante poder receber a Operação na escola. “Foi muito bom poder ver nossos alunos interagindo durante as oficinas. A Operação veio muito a agregar, trabalhando pontos que nós estávamos precisando também desenvolver com os alunos”, disse. A professora destacou que a interação proporcionada foi o maior diferencial. “Foi um ganho tanto para os nossos alunos quanto para as equipes que estão aqui. Muitos não têm a oportunidade de interagir com alunos especiais e aqui eles tiveram”, disse.

O acadêmico de Ciências Biológicas da UENP, Leandro da Silva, comentou sobre a experiência em Antonina. “Me desenvolvi muito, tendo contado com pessoas de todas as idades. Saber que mesmo em um país tão rico quanto o nosso, um Estado tão rico quanto o nosso, temos comunidades em que os direitos básicos acabam não sendo totalmente respeitados é algo marcante. As experiências, o contato com vivências diferentes, com outras realidades, tem nos transformado bastante e é algo que levarei para o resto da vida”, partilhou.

Operação Rondon 2023

A exemplo do Projeto Rondon nacional, a Operação Rondon Paraná leva acadêmicos de diversas áreas do conhecimento para ministrar oficinas e estar em contato com comunidades de pequenos municípios, cuja infraestrutura e condições socioeconômicas são limitadas.

Antes realizada pela UEPG, em 2023, a Operação Rondon Paraná foi instituída como uma ação governamental, coordenada pela SETI, concentrando atividades de extensão das universidades estaduais de Londrina (UEL), de Maringá (UEM), de Ponta Grossa (UEPG), do Oeste do Paraná (Unioeste), do Centro-Oeste (Unicentro), do Norte do Paraná (UENP) e do Paraná (Unespar). A proposta é que seja promovida uma edição por ano em municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Equipes
Fizeram parte do conjunto A, as professoras Ana Lúcia de Grandi, do curso de Enfermagem; e Rafaela Maria de Souza, de Fisioterapia; e as estudantes de Enfermagem: Bruna Rafaela Alves Gonçalves, Gabriele do Rosário Leme de Moraes, Giovana dos Santos Precioso e Marcela Aparecida Alvarez Ferraz; de Odontologia: Natália Gabriele Braga de Souza, Gabriela Brandimarte de Queiroz e Ana Clara Cachoni; de Fisioterapia: Mariana Moskado Batista de Almeida; de Direito: Jade Harumi Uchiyama; e de Ciências Biológicas: Yara Cristina da Silva.

Já do conjunto B, participaram as professoras do curso de Medicina Veterinária, Ellen de Souza Marques e Mariza Fordellone Rosa Cruz, e os estudantes de Ciências Biológicas: Sarah Giovana Giolo Fernandes Dias, Leandro da Silva e Gabriel Augusto Martins; de Enfermagem: Maria Clara Ferreira da Silva; de Medicina Veterinária: Beatriz Del Rey Bombem, Igor Felipe dos Santos e Ricardo Messias Aprigio de Oliveira; e de Odontologia: Mariana Sebaio Vianna, Matheus Aurélio Fiorini e Jaqueline Del Vechio Pereira.

Última modificação: Terça, 24 Outubro 2023 18:34
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