A programação será gratuita e as apresentações terão classificação livre. Neste ano, o tema da Mostra é “Educar para as relações étnico-raciais”. Além das apresentações de quatro artistas negros, o Sarau da Negritude terá como atração a apresentação do Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Acadêmicos Capiau (GRECES).
De acordo com o diretor de Cultura, James Rios de Oliveira Santos, o Festival São Benedito, que agrega os dois eventos da Prefeitura de Jacarezinho e da Universidade, ou seja, a Feira de Artesanato e o Sarau da Negritude, são ações que objetivam movimentar a cena cultural afro-brasileira com os artistas locais. “Isso mostra o potencial da nossa comunidade cultural, que está se mobilizando para fazer este evento acontecer”, explica.
O Coletivo Toneladas de Maracatu apresentará “Segura o Baque, o Baque Daê”. Os irmãos Noemí e Felipe Cesário apresentarão a cena “Cesarião”; Vanessa Machado, participará com o grupo Samba Som, um grupo de cinco músicos que interpretará canções que enaltecem a cultura preta no Brasil; e McKueyo fará apresentações de pagode, reggae, soul, jazz e rap.
Os irmãos Noemí e Felipe Cesário cresceram em contato direto com a arte e, a partir do amadurecimento, perceberam na música o único remédio para os dramas que são dados às pessoas que são jogadas às margens da sociedade. “Nossa apresentação trará um soul malandro, blues e R&B, além de nossas composições autorais”, destaca Noemí.
O artista e coreógrafo Cleiton Santos apresentará, junto com a artista Tete da Silva, a cena “Obsecrar”. Ambos são jacarezinhenses. “É uma grande satisfação fazer parte desse movimento tão lindo, tão necessário e tão rico em cultura, tradição e valorização da conscientização racial. Nós dois, artistas negros, retrataremos, numa cena, o cotidiano de tantos brasileiros e brasileiras, mães e filhos, que lutam diariamente pra viver num país que ainda mata por conta da cor da pele”, enfatiza Cleiton.
O coletivo Toneladas de Maracatu, que também faz parte da programação, é um projeto que integra ação cultural com a prática pedagógica, divulgando a importância do Maracatu de Baque Virado e da Cultura do Batuque na construção do imaginário popular a partir de cantos, danças e percussão.
O grupo é formado por artistas, educadores e estudantes da região de Jacarezinho. “É um projeto de seis anos e vem se transformando numa referência do batuque e batuqueiros do Maracatu no interior do estado, desenvolvendo-se em apresentações culturais, oficinas educativas e projetos sociais nos diversos segmentos da cidade como universidades, escolas municipais e estaduais”, observa James.
Durante o Sarau da Negritude, haverá o descerramento da placa em alusão à presença da comunidade negra em Jacarezinho. Já a Feira de Artesanato reunirá obras de artistas locais, que atuam em projetos municipais ou independentes. “Trata-se de uma ação que objetiva demarcar, simbolicamente, a reocupação da Praça pela população preta em Jacarezinho, que trouxe diversas contribuições sociais e culturais para o município, inclusive por meio da construção desse Largo. Será um momento de reconhecimento, de afirmação de uma identidade historicamente silenciada”, finaliza James.
Mostra de Arte e Cultura Afro-Brasileira
A IX Mostra de Arte e Cultura Afro-brasileira ocorrerá entre os dias 4 e 30 de novembro. O I Encontro de Povos e Comunidades Tradicionais do Norte do Paraná abriu a edição deste ano. Após a realização da Feira Cultural e Sarau da Negritude no dia 18 de novembro, ainda integram a programação do evento a Circulação Artística nos campi entre 15 e 30 de novembro e as oficinas do Campus Luiz Meneghel, de Bandeirantes, e de Cornélio Procópio.
O evento conta com apoio do Sesc de Jacarezinho, do Instituto Federal do Paraná - Campus Jacarezinho, do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas da UENP, da CNX Produções e da Comissão Universidade para Índios.