O NAPI e a SEED lançaram, em julho de 2024, o edital para a criação da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência e seleção dos clubes de ciências participantes. A Rede de Clubes vai implementar ações que ajudem a consolidar conceitos científicos tratados em sala de aula. A meta é contribuir com a formação pessoal e social dos participantes, ajudando-os a fazerem escolhas e intervenções conscientes e pautadas nos princípios da sustentabilidade e do bem comum. Nessa dinâmica, o protagonismo do estudante é incentivado, assim como há o aprimoramento das práticas docentes.
“A ideia é a construção de ambientes onde os estudantes possam mergulhar no contexto científico e tecnológico, aproximando a ciência da vida cotidiana. A proposta quer proporcionar a crianças e adolescentes um novo olhar sobre o mundo que os cerca, trazendo o pertencimento ao mundo da ciência”, explica uma das articuladoras do NAPI PRFC, a professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e assessora da FA, Débora Sant’ Ana.
"A iniciação científica na educação é fundamental para estimular a curiosidade e a inovação entre nossos estudantes, ao mesmo tempo em que valoriza e capacita nossos professores, proporcionando-lhes suporte e reconhecimento essenciais para o desenvolvimento de uma educação de excelência", reforça o secretário Estadual de Educação, Roni Miranda.
Interação
Um fator de destaque no caminho da execução das ações da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência é a articulação das escolas de Educação Básica com centros de desenvolvimento de pesquisa, conceito inspirado na Rede Ciência Viva de Portugal, que atualmente envolve cerca de 900 clubes e mais de 700 mil estudantes organizados em uma rede nacional.
Inspirada no modelo português, mas com características e identidade próprias, a Rede de Clubes Paraná Faz Ciência tem como atores, além da Fundação Araucária e a SETI, as escolas públicas vinculadas à SEED-PR, as Instituições de Ensino Superior (IES) e as demais instituições integrantes do NAPI Paraná Faz Ciência.
O presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, destacou que o cientista precisa ter método, porque fazer ciência é um processo. “A formação dos cientistas precisa começar na infância, porque leva tempo para que eles amadureçam. Por isso, não podemos perder de vista a Educação Básica. Aumentando a literacia científica das nossas crianças poderemos chegar, em 2035, a contar com 40 mil doutores no Paraná, que é a nossa meta. Desta forma, estaremos contribuindo para fortalecer o nosso sistema de ciência e tecnologia, que nos permite resolver problemas atuais e, principalmente, futuros. Essas crianças são o futuro”, apostou o gestor da FA, que está investindo R$ 23,5 milhões na criação da Rede.
Cidadania
Os Clubes de Ciências vão se constituir como novos espaços de trabalho colaborativo, amplificando a alfabetização científica e tecnológica dos estudantes das escolas da Rede Estadual de Ensino do Paraná e habilitando esses jovens para desenvolver a ampla cidadania. Assim, outro ponto do projeto é a possibilidade de ajuda para ampliar as atividades consolidadas de Ciência Cidadã, propostas e executadas pelo Programa Interinstitucional de Ciência Cidadã na Escola (PICCE), também vinculado ao NAPI PRFC.
“Nesse caminho, os clubes de ciências partem de uma proposta de ciência mais participativa, inclusiva e com projetos validados por pesquisadores da Rede Paraná Faz Ciência para a sua execução frente à realidade escolar. Esta expertise permite que novos projetos possam ser pensados e validados em diferentes realidades locais”, acrescenta o outro articulador do PRFC, o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rodrigo Reis.
Lançamento
O projeto-piloto da Rede Clubes Paraná Faz Ciência, lançado no dia 4 de julho, prevê a criação de 200 Clubes, em 2024. Serão cerca de 100 escolas de tempo integral (Escola Integral) em que o clube se integra à matriz curricular, em um total de 2h semanais. As demais 100 escolas serão selecionadas entre as que adotam os clubes em contraturno e, neste caso, a dedicação esperada é de 3h semanais.
As etapas de implementação incluem: a seleção das escolas/docentes por meio de edital próprio lançado pela SEED; cadastro na plataforma da Rede Paraná Faz Ciência; formação pedagógica dos envolvidos utilizando os ambientes virtuais da Universidade Virtual do Paraná (UVPR).
Cada Clube de Ciências será constituído a partir de um regimento geral, que deve ser seguido pelos seus atores: coordenador, professores colaboradores e clubistas. Na dinâmica das atividades, deverá haver periodicidade nos encontros, com a carga horária de acordo com o tipo de escola associada. Caberá às escolas o desenvolvimento das atividades previstas no plano de trabalho apresentado pela Rede Paraná Faz Ciência e das metas apresentadas nos projetos elaborados para concorrer ao edital. Entre as atribuições das escolas está, ainda, a cessão do espaço físico para realização das atividades.
“Neste sentido, a proposta é desenvolver aspectos da prática científica, como a importância do trabalho em grupo, o senso crítico, a resolução de problemas e o processo contínuo do fazer ciência, tornando a educação científica mais significativa”, descreve o professor Rodrigo.
Um grupo de gestão ainda vai dar sustentação às ações da Rede, apoiando o desenvolvimento de pesquisas locais, com base no reconhecimento da realidade das escolas e regiões, e a participação em feiras de ciências com a apresentação de resultados obtidos em cada clube.
A UENP
A Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) integra o Comitê Científico da Rede e será responsável por acompanhar os clubes que serão instalados nas escolas dos Núcleos Regionais de Educação (NRE) de Cornélio Procópio, Ibaiti e Jacarezinho. A equipe local, coordenada pelo professor Lucken Bueno Lucas, articulará ações da pós-graduação à rede, promovendo interlocuções junto aos estudantes de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ensino (PPGEN). Segundo ele, será um importante movimento de integração da educação básica com o ensino superior, por meio da pesquisa, sendo ela promotora de Educação Científica e formação cidadã para todos os envolvidos, estudantes, pós-graduandos e professores.
Segundo o diretor de Pós-Graduação da UENP, Marcos Augusto Alves da Silva, o NAPI Paraná Faz Ciência, através das ações propostas, disseminará a educação científica na educação básica, acompanhado de planos de atividades, formação de professores e bolsas para professores e estudantes nas escolas que conduzirão as ações locais, promovendo articulação com instituições científicas. O NAPI contribuirá, também, com o processo de fortalecimento da Educação em Tempo Integral e nos contraturnos, oportunizando o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas a conhecimentos sobre ciência e tecnologia, destacando a inclusão produtiva e o fomento do uso pedagógico de tecnologias digitais nas escolas.
Instituições parceiras
Participam do projeto a Universidade Estadual de Londrina (Uel); Universidade Estadual de Maringá (Uem); Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro); Universidade Estadual de Ponta Grossa (Uepg); Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP); Universidade Estadual do Paraná (Unespar); Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste); Universidade Federal do Paraná (UFPR); Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR); Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Universidade Federal da Integração Latino Americana (Unila) e Instituto Federal do Paraná (IFPR).
Serviço
Prazo de inscrição: 22 de julho a 9 de agosto
Contato:
Site: Clubes Paraná Faz Ciência