Inspirado pelo poema da escritora Conceição Evaristo, recentemente eleita imortal pela Academia Mineira de Letras, o projeto conquistou o primeiro lugar na categoria pequeno porte da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB). Essa conquista destaca a relevância cultural e social da iniciativa. Contando ainda com parcerias fundamentais da Biblioteca Campus Jacarezinho e do Núcleo Maria da Penha (NUMAPE), o projeto fortalece uma importante rede de apoio e inclusão.

No centro do debate do primeiro encontro estava o livro "Ponciá Vicêncio", também de Conceição Evaristo, que explora intensamente questões raciais, sociais e de gênero através da trajetória da protagonista Ponciá, uma mulher negra, cuja história ressoou profundamente entre as participantes. O encontro proporcionou trocas de experiências de diversas realidades e perspectivas, provocadas pela obra, gerando reflexões sobre identidade e representatividade na sociedade contemporânea.

Lídia Orlandini, bibliotecária da UENP, celebrou a relevância do evento: "Considero o primeiro encontro do Projeto Vozes-Mulheres um verdadeiro sucesso. A partir da leitura de 'Ponciá Vicêncio', pudemos refletir e debater questões fundamentais para a construção social. As mulheres participantes compartilharam diferentes pontos de vista, o que tornou o encontro especial e enriquecedor. A leitura nos coloca em contato com múltiplas vivências, permitindo compreender melhor o outro, estreitar laços e fortalecer nossa empatia. Eventos como esse são essenciais para construir uma comunidade mais inclusiva e consciente das questões sociais."

Um dos momentos mais marcantes do dia foi a inauguração da estante e do mural grafitado com a imagem da própria Conceição Evaristo, representando simbolicamente a visibilidade e valorização das vozes femininas negras. A estante passa a abrigar os livros que serão doados gradativamente pelo projeto, ampliando ainda mais o alcance dessas histórias.

Ao final do encontro, um questionamento motivou todas as participantes a refletirem sobre o impacto das histórias compartilhadas: "O que essa voz-mulher trouxe para a gente?". Mais do que uma simples pergunta, foi uma provocação que destacou o papel ativo que cada participante pode assumir na promoção da igualdade de gênero, alinhada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 5 da ONU, em busca de uma sociedade mais equitativa até 2030.

A próxima leitura será "Querem nos calar: poemas para serem lidos em voz alta", de Mel Duarte, uma voz contemporânea que reflete fortemente as pautas feministas e antirracistas. Interessadas podem garantir sua participação no dia 29 de abril, pelo link disponível na bio do Instagram oficial do projeto: @vozesmulheres.literatura.