Em Santo Antônio da Platina, ficam expostas as obras do artista jacarezinhense, André Reis, que é acadêmico do 4º ano de História, e escultor autodidata desde 2012. Durante o evento, o público pode contemplar as esculturas do artista, comentadas pelo próprio autor e por um dos curadores da exposição, o diretor de Cultura da UENP, James Rios.
“Minhas inspirações vêm da cultura e da religiosidade ancestral de matriz africana. Por isso, trouxemos hoje para a exposição orixás e outras referências aos credos do povo negro. A ideia é introduzir estas figuras, acabar com a demonização que se faz sobre as divindades africanas e combater o preconceito sobre a cultura negra”, afirma o artista.
Após a visita guiada, o público assistiu à apresentação do grupo musical Chorões da Madrugada. Formado por 11 músicos amadores locais, os Chorões da Madrugada montaram uma playlist especial para o evento com compositores negros: Tim Maia, Pixinguinha, Ivone Lara, Martinho da Vila, dentre outros.
A gerente da Unidade SESI de Santo Antônio da Platina, Elizandra Maria Lauro Estefanuto, destaca que os esforços alcançaram o objetivo. “Conseguimos encher o nosso auditório e captar a atenção do público do início ao fim do evento, tanto na visita guiada, como no show dos Chorões da Madrugada. Uma das missões do Sistema FIEP é fomentar a cultura a fim de gerar conhecimento, e é isso que esta mostra faz. A frutífera parceria com a UENP ajuda a inserir a cultura negra, o que enriquece a comunidade e melhora a vida das pessoas”, disse.
A técnica de atividades culturais do SESI, Beatriz Cunha, destaca a força da parceria com a UENP e a importância de eventos que reafirmam a riqueza da cultura afro-brasileira. “A parceria ressalta o nosso compromisso em promover ações artístico-culturais visando à difusão da arte em todas as suas manifestações de modo a valorizar a diversidade e pluralidade cultural do povo brasileiro. Reconhecemos o valor das manifestações culturais Afro-Brasileiras e a necessidade de ações afirmativas para celebramos e promovermos a trajetória da cultura negra no país”, acrescenta.
O diretor de Cultura da UENP, James Rios, convida a uma reflexão sobre o racismo institucionalizado do cotidiano. “Os negros são a minoria nas universidades e a maioria nos presídios. Mesmo entre nós, aqui, estão ausentes. Eu gostaria de convidar vocês a refletir sobre o porquê da ausência da população negra nos espaços culturais. O racismo não está só na agressão física ou no insulto verbal, mas em ações veladas e corriqueiras do nosso dia a dia, bem como na burocracia das instituições”, argumenta.
A IV Mostra de Arte Afro-Brasileira já foi aberta no Campus Luiz Meneghel - de Bandeirantes. As atividades acontecem ainda no Campus de Cornélio Procópio, no dia 12 de novembro, e em Jacarezinho, no Prédio do PDE (CLCA/CCHE), no dia 14.