Natural de Boituva (SP), Luís Gustavo, que se prepara para o Enem e para provas de vestibular, comenta os benefícios do aplicativo para quem enfrentará algum concurso. “Achei muito interessante a forma como eles disponibilizam as questões. São apresentadas, mas sem dar uma resposta direta, forçando a construção do conhecimento e a recuperação de conteúdos. É uma ótima ferramenta para auxiliar nos estudos”, destaca.
Baseado em mobile learning (m-learning - aprendizagem móvel: aprenda em qualquer lugar, a qualquer momento) e nas técnicas de estudo proposta pela literatura internacional na área de neurociências cognitivas, o aplicativo é resultado de uma pesquisa da professora Roberta Ekuni de Souza, da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) e doutoranda em Ciências pela UNIFESP. O projeto acontece em parceria com o Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo e é financiado pela Fundação Araucária.
Roberta Ekuni explica que o aplicativo é baseado em duas técnicas de estudo que possuem alta eficácia: o efeito da testagem (ato de testar o conhecimento que fortalece as conexões cerebrais envolvidas) e o efeito do espaçamento (que distribui os períodos de estudo para lembrar do conteúdo por mais tempo). “Pesquisas mostram que essas técnicas são pouco conhecidas e pouco utilizadas pelos estudantes, que preferem estudar por técnicas que possuem baixa eficácia como reler o conteúdo e grifar os textos”, pontua.
A professora aponta ainda outro dado importante para que o estudante repense suas técnicas de estudo. “A maioria dos estudantes já tiveram os famosos ‘brancos’ no momento da prova. Por exemplo, achavam que sabiam o conteúdo. Até dizem saber em qual página do caderno ele está, mas não conseguem recordá-lo. Esses ‘brancos’ podem ser evitados se o aluno estudar via testes e distribuir os momentos de estudo ao longo do tempo”, explica. “Trabalhos como esse são relevantes, pois propõem uma aprendizagem baseada em evidências científicas, por isso a probabilidade de lembrar o conteúdo é bem maior e duradoura”, acentua Roberta.
Para Larissa Torres, doutoranda em psicobiologia e professora de cursinho pré-vestibular preparatório para medicina, em São Paulo, o aplicativo ajudará muito os estudantes. “Testei por dois meses. Há um feedback muito rápido. Algumas questões se repetem durante o passar dos dias e esse efeito do espaçamento ajuda a consolidar o conteudo”, conta. “O aplicativo é muito bom. Se esqueci de responder, há um alarme que me faz lembrar. Ele é fácil de usar e possui uma base científica por trás. Eu aprovei e já compartilhei com meus alunos de cursinho”, disse a professora
O aplicativo faz parte de uma pesquisa e os resultados dela ajudarão a desenvolver e aprimorar mais técnicas de como aprender melhor utilizando tecnologia. Inicialmente, como se trata de uma pesquisa para se definir os melhores esquemas de estudo, foi escolhido apenas a disciplina de biologia. “Futuramente, gostaríamos de ampliar para outras matérias. Na literatura internacional, vemos a eficácia dessa técnica para diversas matérias”, comenta Roberta.
Como essas técnicas são pouco conhecidas, o grupo responsável pela pesquisa criou uma fanpage no facebook (facebook.com/approvado) e um canal do youtube https://goo.gl/Y84iTY com a proposta de divulgar conhecimentos científicos nessa área.
Desenvolvimento
O aplicativo foi estruturado de acordo com as descobertas das pesquisas de neurociência cognitiva pelas professoras Roberta Ekuni e Sabine Pompeia (professora-doutora do departamento de Psicobiologia da UNIFESP). O desenvolvimento do Aplicativo foi realizado pelo professor Bruno Miguel Nogueira de Souza, do Centro de Ciências Tecnológicas da UENP, Campus Luiz Meneghel de Bandeirantes, e por Giovanne dos Santos Striquer (graduado em Sistemas de Informação – UENP).
SERVIÇO
Como obter o aplicativo: Para participar e baixar gratuitamento o app, acesse: www.approvado.com.br. O Estudante precisa ter 16 anos ou mais para o cadastro. Contato e informações podem ser obtidas pelos e mails: ou