O artista Joãozinho Caldeira, de Jacarezinho, esteve no auditório do PDE para a abertura da exposição que o homenageia. Recebeu os aplausos dos presentes, o agradecimento das autoridades e uma menção honrosa oferecida pela UENP por suas contribuições à cultura local e regional.
A reitora da UENP, Fátima Aparecida Cruz Padoan, mencionou o protagonismo que a Universidade tem desempenhado nos cenários cultural e artístico da região. “Em nome de toda a comunidade acadêmica, eu agradeço imensamente ao senhor Joãozinho pela disponibilidade de estar conosco nesta noite e, também, por confiar parte significativa de seu acervo à Universidade, que irá garantir seu resguardo e integridade, preservando para toda a posteridade sua obra”, acentuou a reitora. Joãozinho Caldeira doou, neste ano, 120 esculturas em argila para a UENP.
A pró-reitora de Extensão e Cultura da UENP, Simone Castanho Sabaini de Melo, ressaltou a relevância do do artista para Jacarezinho e para a Universidade. “Me alegra muito estar celebrando a vida e a obra de alguém tão importante para a cultura desta cidade e também para a Universidade. A grandeza e, ao mesmo tempo, a humildade do Joãozinho chegam até nós através de sua arte, trazendo acalento para a alma em tempos que tanto precisamos. Por isso, a UENP tem a honra de organizar esta festa em sua homenagem”, homenageia.
O artista Jucelino Biagini, também de Jacarezinho, foi o responsável pela curadoria da exposição de Joãozinho Caldeira. Emocionado, o curador também falou ao público e fez verdadeiro retrospecto da importância de Caldeira como artista e também como pessoa.
“João é barroco? Não. Ele é antropofágico e moderno, usando uma linguagem muito peculiar, muito própria. Ele convida: ‘decifra-me’. Seu João nos provou para que veio. Nos motiva enquanto pessoas, artistas e agentes culturais. O senhor é um desbravador. Obrigado por nos mostrar que somos de carne e osso, que podemos ser grandes e fortes. Mestre!”, acentuou.
Durante o evento, as obras do artista jacarezinhense ficaram expostas aos visitantes no hall do PDE. Centenas de pessoas entre estudantes e professores da UENP e outras instituições, artistas e membros da comunidade prestigiaram as formas “instáveis e características do barro”, como definidas pelo curador Jucelino Biagini. O estudante de Letras e Inglês da UENP, William Messias, afirma sentir toda a subjetividade das obras.
“Expressam o mundo do artista. É ótimo quando o artista se expressa de forma tão autêntica, oferecendo outra perspectiva de realidade. É fundamental para nós, acadêmicos, participar de eventos assim. Eles nos aproximam da arte e da cultura. São tão importantes quanto aulas”, diz.
Já a professora de Letras da UENP, Rosiney Lopes do Vale, conta que o trabalho de Joãozinho acrescenta a quem o descobre, tanto pelo ponto de vista acadêmico, como humano. “O Joãozinho, ao contar que começou tardiamente a ser artista, dá um belo exemplo para nós. Temos vários alunos que são artistas de grande potencial, mas ainda não se descobriram. Ele mostra que é possível, e que temos capacidade. A arte sempre mostra o que temos de melhor”, defende.
O diretor de cultura da UENP, James Rios, destaca que, culturalmente, a UENP tem se inserido na região do Norte do Paraná de maneira muito assídua. “São vários os projetos e eventos que movimentam nossas comunidades. Tudo isso só foi possível porque os nossos artistas locais e nossos alunos, que também exercem alguma atividade artística, aceitaram ser os protagonistas destas ações, que, inclusive, contam com o apoio de algumas empresas da região”, ressalta.
Depois das homenagens, o público se dirigiu à frente do Centro de Ciências Humanas e Educação (CCHE) e Letras, Comunicação e Artes (CLCA) para acompanhar a peça “A Pereira da Tia Miséria”, apresentada pelo Núcleo Às de Paus, de Londrina. O contato entre público e artistas impressionou até mesmo o ator Rogério Costa. “Uma roda com aquele tanto de gente e todo mundo em silêncio, acompanhando de perto. Foi uma ótima atmosfera”, destaca.
Lidando com temas muito presentes e atuais como a fome e a miséria, o espetáculo também chamou atenção da estudante de Letras e Espanhol, Franciele Costa. “Uma peça interessantíssima, com uma estrutura muito diferente, e que trata da miséria, um assunto tão presente em nosso país”, ressalta.
O projeto Circul’Arte é realizado pela PROEC, em parceria com as Prefeituras de Bandeirantes e Cornélio Procópio, e conta com o apoio do projeto de extensão “Salão de Artes de Jacarezinho: diálogo entre memória, arte, preservação e ensino”, da Assessoria de Comunicação da UENP; e também das empresas Laboratório São Marcos, Hebron Café, Cavi’s Modas, Cavi’s Baby e Cher Modas.