UENP participa da I Semana de Arte e Cultura do Instituto Federal

Quinta, 13 Junho 2019 12:24 por Assessoria de Comunicação Social
James Rios, Fernanda Helena, Luiz Veloso e Meline Lopes acompanham a performance da artista Franscislaine Carvalho durante mesa-redonda James Rios, Fernanda Helena, Luiz Veloso e Meline Lopes acompanham a performance da artista Franscislaine Carvalho durante mesa-redonda

“Literatura importa?” foi o título da mesa-redonda que marcou a segunda noite da I Semana de Arte e Cultura do Instituto Federal do Panará (IFPR) – Campus de Jacarezinho – com a participação de professores e aluna da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). O bate-papo sobre diversas questões relacionadas à literatura foi realizado na noite de terça-feira, 11 de junho, no Conjunto Amadores de Teatro (CAT), e contou com a presença de estudantes da UENP e do Instituto Federal, além de professores das duas Instituições.

Quem buscou responder a inquietante questão foram os professores Luiz Eduardo Veloso Garcia, professor do curso de Letras da UENP, Campus de Jacarezinho; James Rios, diretor de Cultura da Universidade; e Meline Lopes, poetisa e mestranda em Educação pelo programa de pós-graduação da UENP. A Mesa foi mediada pela professora Fernanda Elena Tenório Altvater, do IFPR.

Abrindo a apresentação da noite, o professor Luiz Eduardo, doutor em Estudos Literários, apresentou aspectos gerais sobre a literatura e sua importância. Recordando nomes consagrados que discutem o tema como Antônio Candido e João Alexandre Barbosa, o professor acentuou que a literatura proporciona uma experiência humanizadora e que se consegue aprender outros saberes indiretamente por meio dela.

“Quando você lê um livro como “Os Miseráveis” de Victor Hugo, você aprende tanto sobre a Revolução Francesa quanto pegando um livro didático. Só que detalhe. Livro didático não tem experiência humana. Ele perde muito do valor que vai afetar você. Porque a obra artística necessita afetar quem vai até ela. Se não tiver afeto, não tem construção de nenhum saber pra valer. Se o afeto importa para a arte, importa para o saber. A Literatura faz viver experiências que você não poderá viver na sua própria existência”, ressaltou o professor.

O professor James Rios parabenizou o Instituto Federal pela realização do evento e pelo movimento estritamente voltado para a cultura. “Acreditar na cultura é acreditar no homem e na sua transformação social”, acentuou. Durante a fala na mesa, James, que é mestre em Letras, realizou uma reflexão sobre a importância da literatura na perspectiva do leitor, do escritor e do pesquisador. Apresentou ainda indagações sobre quem está produzindo a literatura que se lê hoje e quem são os personagens e como têm sido retratados na literatura brasileira no percurso do tempo.

“Retomando os pressupostos críticos do professor Antônio Cândido, a Literatura tem esse caráter humanizador, e se ela parte de uma premissa necessária do ser humano, ela se torna se torna um bem incompreensível, ou seja, um bem indispensável para a humanidade. E sendo um bem, ela se constitui um direito”, frisou. “A literatura nada mais é que uma porta que nos dá acesso ao mundo do outro”, destacou. Ao final da fala, James convidou ao palco a artista Franscislaine Carvalho para a interpretação do conto “Oxum e seus mistérios”, presente na obra Omo-oba, Histórias de Princesas, texto de kiusan de Oliveira.

Ao final, Melina Lopes, poetisa e mestranda da UENP, partilhou suas experiências literárias e falou sobre sua obra “Convenções desvairadas” e outros títulos que pretende lançar. “A sensibilidade é coisa que nem sempre cabe na gente. Esse texto mesmo vem dessa sensibilidade desnorteada e algumas pessoas não suportam e vão. Outras ficam para aqueles que pretendem estar, ficar e sentir, mesmo que isso doa. De doer e de doar, de se entregar, porque a vida nem sempre é uma poesia escrita, estruturada e corrigida. E o processo que eu trago é enunciando essa mulher que eu me tornei. Quem eu sou hoje para aquilo que estava em construção”.

Durante a fala, Meline compartilhou fragmentos de seu texto em que faz reflexões sobre o fazer literário, o universo editorial e os caminhos que têm trilhado para a publicação de suas obras. “Escrever uma poesia é jogar no texto a sensação imediata tal como o poeta recebe. Fazer um livro é uma experiência totalmente diferente. O exercício de revisão faz com o poeta releia cada linha e pense numa resposta para esse mesmo texto. Foi quase impossível revisar cada texto, por isso a demora em terminá-lo. Reler textos, rever sensações, revisitar memórias. Um exercício de ação e revisão dos feitos. Essa será uma tradição minha”.

I Semana de Arte e Cultura

O evento é uma realização do Núcleo de Arte e Cultura (NAC) do IFPR, Campus Jacarezinho, e tem como principal objetivo promover a formação, a circulação e articulação da produção artístico-cultural do Instituto. A programação, que segue até a próxima segunda-feira, 17, é composta por palestras, apresentações artísticas e exposição nas áreas de artes cênicas, artes plásticas, literatura e música.

Última modificação: Quinta, 13 Junho 2019 12:31
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