A programação do evento se iniciou com a projeção do Filme "Besouro", do diretor João Daniel Tikhomiroff. Após a exibição, foi formada a mesa coordenada "A capoeira de Besouro aos nossos dias", que contou com a participação dos mestres de capoeira Rita de Cássia de Souza Fernandes (Cigarrinha), José Adauto Salomão e dos professores Antonio Donizeti Fernandes e Marcio Luiz Carreri.
O evento teve a participação do ator Pedro Guimarães, que falou sobre suas interpretações em filmes como "Bróder" e "Zumbi somos nós", bem como, de suas intervenções e atuações na Frente III de Fevereiro, grupo transdisciplinar de pesquisa e ação direta de combate ao racismo na sociedade brasileira, que foi intermediado pelos professores Vanessa Campos Mariano Ruckstadter e Marcio Carreri (diretor de Cultura da PROEC).
No segundo dia (23/4), a partir da projeção de "Jennifer", foi realizada a mesa-redonda "A atuação do ator negro, direção e produção fílmico-televisiva: imagens e consumo", discutida pelos participantes, o ator André Luiz Patrício Gurani Kaiowá, o professor-mestre Jean Carlos Moreno e por Renato, autor do filme.
O professor Donizetti Fernandes, um dos organizadores do evento, salienta que o Ciclo não poderia ter acontecido caso não houvesse a colaboração direta e indireta dos professores dos colegiados dos Centros de Ciências Humanas e da Educação e Letras Comunicação e Artes da UENP, Campus Jacarezinho, e da diretoria de Cultura da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC). O professor destaca também os trabalhos realizados pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE/UENP).
Sobre o grande número de participantes no evento e as muitas discussões realizadas, Donizetti acentua: "Entendo que estas sejam frutos do momento vivido em relação ao que seja ser brasileiro diante das desigualdades sociais e a perpetuação do racismo mediante as formas e as práticas de dominação a partir das diferentes posições sociais em que se dão as relações entre 'brancos' e 'não brancos'".
Ele acrescenta que, sob a perspectiva da emancipação, o papel da Universidade em suas atividades é de fundamental importância uma vez que a formação, o ensino e a pesquisa estão diretamente vinculados a tais práticas sociais. "Por isso a necessidade de se pensar e desenvolver programas e ações que sejam menos excludentes e menos reprodutores de tais formas de dominação e de sua legitimação", finaliza o professor.
O professor Marcio Carreri ressalta que "A PROEC apoiou e participou do evento entendendo que o tema é de fundamental importância e relevância, pois contribui para a formação do pensamento crítico de nossos estudantes sobre a formação de nossa identidade social". Ele atenta ainda que o evento, ao mesmo tempo, ajuda no processo de capacitação para a visão crítica sobre o cinema, a televisão e a cultura de massa, que "Investem no sentido de popularizar uma visão de mundo com base européia, branca, de elite e, por conseguinte, racista e excludente".