No total, 25 estudantes da UENP participaram do curso que durou quatro dias. "O nosso intuito é despertar no aluno o interesse pela iniciação científica, pela pesquisa, pelo trabalho prático, de campo, e também mostrar os resultados alcançados com o nosso grupo de pesquisa”, comenta o professor Fernando Emmanuel Gonçalves Vieira, um dos organizadores do curso. “A ideia é mostrar as pesquisas que estão sendo feitas por nossos alunos de graduação e também pelos pós-graduandos que estudam em outras instituições e que desenvolvem seus estudos dentro de nosso ambiente de pesquisa. A extensão é uma complementação do nosso trabalho de pesquisa", pontua o professor.
Durante o curso, os alunos se dividem em grupos e participam de várias atividades. Cinco professores deram "workshops" sobre ambientes límnicos em cursos sobre algas, macrófitas, invertebrados bentônicos, larvas e vários insetos, crustáceos, com o objetivo de analisar a qualidade da água, além de pesquisa sobre peixes. Neste ano, foi realizado também palestra sobre Febre Maculosa, que é transmitida pelo carrapato, comum em capivaras, animais encontrados na região.
Um dos convidados para lecionar no curso foi Geovane Arnholdo, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que elogiou a iniciativa. "O projeto é muito enriquecedor, porque nós fazemos uma ponte do que vimos na universidade, teoricamente, e aplicamos aqui em campo com os estudantes de graduação. Transferimos o conhecimento do laboratório para a prática", pontua.
Para acadêmica de Ciências Biólogicas da UENP, Thayná Rodrigues, esse tipo de experiência é fundamental, porque ajuda o estutante a definir que área seguir depois de formado. "Muitos professores nos perguntam, no início do curso, qual é o seguimento que queremos atuar: se é na sala de aula ou na pesquisa. A maioria prefere o universo fora da sala de aula. Mas quando chegamos aqui, vemos que também é um universo cheio de obstáculos e dificuldades, mas que vale a pena. A cada dia, nós aprendemos uma coisa nova ".
Rotina
Durante o curso, os alunos ficam alojados no Centro de Pesquisa Avançada do GREPRHEA, na Prainha da Cachoeira, em Ribeirão Claro. Dali, eles partem de barco para represa ou de carro para o rios da região para a coleta de material que deverá gerar pesquisas na forma de monografia, dissertações e teses. Todo o material coletado para análise em laboratório é devolvido à natureza. “A ideia é interferir o menos possível no local”, acentua Fernando Emmanuel.
Durante os quatro dias de curso, os estudantes passam por todas as áreas propostas pelo projeto e os trabalhos vão além das atividades acadêmicas. Todos os alunos são responsáveis pela limpeza do ambiente. O café da manhã, o almoço e a janta também é de responsabilidade dos estudantes. E eles ainda desenvolvem atividades com os moradores locais.
Geprhea
O Grupo de Estudos e Pesquisa em Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada foi criado no ano de 2010 e surgiu no curso de Ciências Biológicas da UENP do Campus de Jacarezinho. As pesquisas são realizadas na bacias hidrográficas da região, mais especificamente, nas bacias do Rio das Cinzas, Salto do Itararé e Paranapanema. Cerca de 70% das pesquisas desenvolidas pelo GEPRHEA se concentram no município de Ribeirão Claro, em torno do reservatório de Chavantes.
Além do propósito de conhecer a fundo as bacias hidrográficas da região, o GEPRHEA acredita que dados obtidos na pesquisa possam servir de base para o manejo e conservação destes ecossistemas. O grupo já apresentou alguns trabalhos preliminares em eventos acadêmicos nacionais, internacionais e tem artigos publicados em revistas especializadas.