O texto de abertura da solenidade contou partes importantes da trajetória do curso de História da UENP, que completa 60 anos em 2020. Nestas seis décadas, a segunda graduação em História mais antiga do Paraná passou pela ditadura militar e apoiou artistas e professores perseguidos pelo regime. Resistiu às dificuldades econômicas do país e passou por rodadas de investimento e evolução, contando hoje com um Museu, laboratórios e professores qualificados.
Ao longo deste tempo, formou centenas de professores sob um ponto de vista humanizado e promoveu eventos relacionados aos principais debates do país. Em 2019, a Semana de Ensino de História: “História, Ensino e Democracia: porque na escola se aprende a viver!” reconhece a forte relação do ensino de História com as demandas sociais do seu tempo. As relações educativas não se dão apenas a partir do estudo dos episódios históricos, mas também da luta pela democracia.
O diretor do Campus Jacarezinho, Fábio Antonio Néia Martini, prestigiou o evento e desejou boas-vindas aos participantes. “Agradeço pelo convite de sempre para estar presente nos eventos realizados pelo curso de História. Em um momento delicado para a educação, como o que vivemos agora, acontecimentos como estes são fundamentais. Juntos somos mais fortes”, declarou.
O diretor do CCHE, Alfredo Moreira Júnior, ressaltou a importância do Centro e do curso de História para a UENP. “Que este evento impulsione os estudantes a ocupar seus lugares na História. Este é o Centro de estudos mais antigo da UENP, que nasceu dos cursos de formação de professores. É um Centro que historicamente se propõe à resistência. Tendo em vista o momento de deterioração da nossa educação, um momento de reflexão como este se faz fundamental”, afirmou.
O coordenador do colegiado de História, Márcio Carreri, saudou os presentes. “Com a Jornada, damos uma pausa em nossas temáticas habituais para discutir temas mais do que necessários para a nossa conjuntura. É um prazer estar na luta junto aos estudantes, uma luta que é pela educação e pela sociedade. Este evento traz grandes contribuições à formação individual e coletiva dos membros da comunidade”, reiterou.
A coordenadora do evento, Taíse Nishikawa, deu boas-vindas aos participantes e comentou sobre a elaboração da Jornada. “Este projeto representa uma luta pela educação democrática. É satisfatório ver a presença de alunos secundaristas, professores da rede pública e privada e nossos acadêmicos. A Jornada é dedicada aos estudantes, que recebem ataques tanto na formação quanto na carreira docente, mas que não ‘deixam a peteca cair’. Aproveitem o evento, pois ele é de vocês. Queremos colocar os estudantes sempre como protagonistas”, ressaltou.
Após apresentação musical da estudante de Letras-Espanhol, Marina Aquino, que cantou “A palo seco” (Belchior) e “O tempo não para” (Cazuza), foi realizada a conferência de abertura da Jornada de Ensino de História, “Ensino de História e Democracia” proferida pelo professor-doutor Fernando de Araújo Penna, docente titular da Universidade Federal Fluminense (UFF).
A Jornada acontece em conjunto com a exposição Caravana 80 anos: “Londrina sobre o Olhar de George Craig Smith”, instalada no Museu D. Ernesto de Paula, em Jacarezinho. O evento se estende até o dia 30 de maio, com conferências e apresentações de trabalhos.