Durante o evento foram realizadas palestras com a professora-doutora Aza Njeri, do Centro Universitário Geraldo di Biasi, do Rio de Janeiro, além da mesa redonda “Afro-pedagogia e afroletramento: o que aprender e ensinar?”, com a professora da rede de ensino estadual de São Paulo e empreendedora social Odara Dèlé Almeida de Oliveira, a psicopedagoga e Ialorixá da casa Ylé Axé de Iansã Ednea Pereira de Souza e a professora-doutora Márcia Machado de Lima da Universidade Federal de Rondônia (UNIR).
Também foi realizada a mesa redonda “Educação, Pedagogia e movimentos sociais: para crítica da ideia da razão única e de sua reprodução no chão da escola”, com as professoras Márcia Machado de Lima (UNIR), Ana Caroline Goulart da rede estadual de ensino do Paraná e a discente de filosofia da UENP Karina Aparecida da Silva. Concebido e organizado pelo professor Jonas Nogueira da UENP, além dessa mesa, realizou-se o Sarau Cultural “Agora somos todos Paulo Freire”, com apresentações e intervenções de discentes e professores do Curso de Pedagogia entremeadas com a fala e o canto do músico e professor Marcelo Aymar Ortiz da rede de ensino estadual de São Paulo .
Além dos trabalhos apresentados na forma de debates, discussões e intervenções, também foram apresentadas 35 comunicações orais de alunos dos cursos da área de educação da UENP, dois quais 21 foram premiadas na cerimônia de encerramento do evento. Na solenidade, o vice-diretor do Campus de Jacarezinho, professor-doutor Maurício de Aquino, fez menção à relevância do tema explorado pelo evento.
“É uma grande alegria ser convidado para prestigiar a Semana Educacional, evento já tradicional do nosso calendário acadêmico. Falar de Neoliberalismo e educação pública implica em realizar profundas críticas ao nosso modelo social estabelecido. Por isso, reflexões como essa são extremamente importantes”, ressalta.
A coordenadora do Colegiado de Pedagogia, professora-mestre Roseli de Cássia Afonso, desejou as boas vindas e comentou sobre a inserção do evento na realidade do educador. “O contexto social que vivemos nos exige a colocação destes temas em pauta na Semana Educacional. Discutir estes assuntos amplia o foco e a eficiência do nosso trabalho enquanto pedagogos e pedagogas”, acrescenta.
Durante a noite ainda foi lançado o livro “Reflexões Educacionais: desafios formativos”, organizado pelas professoras Analigia Miranda da Silva, Fábio Antonio Gabriel, Flávia Wegrzyn Martinez e Marivete Bassetto de Quadros, em que cada capítulo foi escrito por um dos estudantes do curso de Pedagogia.
“Sempre me incomodou o fato de que faltavam espaços para que nossos estudantes publicassem suas pesquisas. Por isso, nós concebemos este livro a partir dos trabalhos apresentados na Semana Educacional. Cada um destes capítulos contribui com a formação e com o aprendizado destes acadêmicos”, destacou uma das organizadoras, Flávia Wegrzyn Martinez. Na ocasião, a autora de um dos capítulos, Isabella Debastiani, homenageou a falecida professora Márcia Luiza Traskurkemb Funatsu.
A obra teve prefácio escrito pelo professor-doutor Jorge Sobral Maia, que também realizou a palestra de encerramento da Semana Educacional. “Os professores são os responsáveis pela formação e transmissão de signos para que os nossos estudantes possam construir o conhecimento do mundo em suas mentes”. Citando Paulo Freire, Maia acentua: “o professor não soluciona sozinho os problemas do mundo. Porém, a solução destes problemas passa pelo professor”.
Por fim, o coordenador geral do evento, Antonio Donizeti Fernandes, relatou as circunstâncias nas quais a Semana Educacional começou a ser pensada desde o início do ano letivo, tendo em conta a palestra apresentada no evento de integração organizado pelo Colegiado de Pedagogia quando, proferiu sobre o tema “Educação e tragédia”:
“Do pessimismo da inteligência ao otimismo da vontade. Uma temática circunstanciada pela crítica ao neoliberalismo, face à proposição de deslocar a educação da esfera política à esfera de mercado, o que reclamaria mais do que tudo em retomar aquilo que é silenciado e que se nega a ser pensado a partir do chão da escola: as relações étnico-raciais e o papel da educação pública”, reflete o coordenador.
A solenidade foi encerrada com uma apresentação surpresa do Grêmio Recreativo Escola de Samba Bateria Capiau, que fez o público “não só cair no samba, mas lembrar o quanto a África está em nós e o quanto se faz necessário o ensino e o estudo de nossas histórias e relações étnico-raciais”, conclui Donizeti.